Eleita em 2007 como revelação no BBC New Generation Artist, Christianne Stotijn vem, desde então, brilhando nas principais casas de ópera do mundo, em recitais solo ou acompanhada das mais importantes orquestras sinfônicas do planeta. Dona de uma apaixonante voz aveludada e capaz de interpretações grandiosas e inconfundíveis, a cantora se tornou, em poucos anos, uma das principais estrelas do cenário lírico internacional.
Agora, chegou a vez dos cariocas se renderem ao talento dessa artista: no dia 24 de agosto (segunda-feira), ela sobe ao palco do Theatro Municipal pela primeira vez, como a sétima atração da temporada 2015 da Série O Globo / Dell’Arte Concertos Internacionais. A série tem o patrocínio do Grupo Bradesco Seguros e está apresentando, este ano, oito atrações, entre os meses de abril e outubro.
Durante o recital carioca, Stotijn estará acompanhada pelo pianista polonês Maciej Pikulski e apresentará um programa com peças de Tchaikovsky, Brahms, Mahler e Strauss. “O registro de mezzo-soprano é o mais generoso e cálido da palheta sonora das vozes femininas. Não por acaso, muitos compositores dedicaram a este registro obras-primas do gênero vocal. É o caso do programa selecionado por Christianne para a apresentação carioca”, explica a presidente da Dell’Arte, Myriam Dauelsberg.
Mais tradicional série de música clássica do Rio de Janeiro e uma das mais importantes do gênero no país, a Série O GLOBO / Dell’Arte Concertos Internacionais 2015 faz parte do Circuito Cultural Bradesco Seguros, que apresenta para o público brasileiro um calendário diversificado de eventos artísticos com espetáculos nacionais e internacionais de grande sucesso, em diferentes áreas culturais como dança, música erudita, artes plásticas, teatro, concertos de música, exposições literárias e grandes musicais.
Christianne Stotijn, mezzo-soprano
O mezzo-soprano holandês nasceu em Delft, Holanda e estudou violino e canto no Conservatório de Amsterdam. Após diplomar-se em violino prosseguiu seus estudos vocais com Udo Reinemann, Jard van Nes e Dame Janet Baker. Ao longo dos anos, Christianne conquistou numerosos prêmios, como o prestigioso “ECHO Rising Stars”, de 2005/2006, o “Borletti-Buitoni Trust”, de 2005, e o “Muziekprijs” da Holanda, em 2008. Em 2007, foi selecionada como “New Generation Star” da BBC de Londres.
Christianne é uma intérprete apaixonada por canções. Acompanhada pelos pianistas Joseph Breinl e Julius Drake, com os quais desenvolve uma longa e frutífera parceria, apresentou-se nas principais salas de concerto do mundo. Atua regularmente como camerista com instrumentistas como o violista Antoine Tamestit, o contrabaixista Rick Stotijn, seu irmão, e o Oxalys Ensemble.
O regente Bernard Haitink teve profunda influência na carreira do mezzo-soprano. Sob sua direção, Stotijn atuou com a Orquestra Real do Concertgebouw de Amsterdam e as Sinfônicas de Boston, Chicago e Londres.
A cantora trabalhou ainda com astros da regência como Claudio Abbado, Iván Fischer, Esa-Pekka Salonen, Yannick Nézet-Séguin, Andris Nelsons, Gustavo Dudamel, Mark Elder e Jaap van Zweden. Seu repertório inclui, entre outros, La Mort de Cléopâtre e Les Nuits d’Été de Berlioz, Sea Picture de Elgar,Phaedra de Britten, Canções e Danças da Morte de Mussorgsky, os Rückert Lieder e Kindertotenlieder de Mahler, as Canções de Neruda de Peter Lieberson, Fünf neapolitanische Lieder de Hans Werner Henze, os Wesendonck Lieder de Wagner e os Sieben frühe Lieder de Alban Berg.
Stotijn atuou em diversas estreias mundiais de obras contemporâneas como Spaces of Blank, dedicada a ela e à Orquestra Real do Concertgebouw por Michel van der Aa, em 2009. Em 2013, cantou a estreia mundial de Totentanz, de Thomas Adès, nos BBC Proms, no Royal Albert Hall de Londres.
Christianne também se apresenta regularmente na cena lírica. Cantou o papel de Pauline, em A Dama de Espadas, na Ópera de Paris, Isabella, em L’Italiana in Algeri, no Festival de Aix-en-Provence, Ottavia, emL’incoronazione di Poppea, na Ópera Nacional Holandesa, no Teatro Campoamor em Oviedo e no Teatro Arriaga em Bilbao. Foi Cornelia em Giulio Cesare no Théâtre de la Monnaie em Bruxelas e na Ópera Nacional Holandesa. Outros grandes desempenhos incluíram o papel-título em Tamerlano, na Royal Opera House, e Brangäne, em uma versão de concerto do Tristão e Isolda de Wagner. Em 2014, interpretou Marfa na Khovanshchina de Mussorgsky, na Ópera de Stuttgart.
As gravações de Christianne Stotijn são atualmente lançadas pelo selo Onyx. Em 2010, sua gravação de canções de Tchaikovsky foi premiada pela publicação BBC Music Magazine. Registrou ainda para o selo MDG uma obra que lhe é muito cara: Die Weise von Liebe und Tod des Cornets Christoph Rilke de Frank Martin, gravação que lhe valeu o prêmio “ECHO Liedeinspielung des Jahres” de 2008.
Maciej Pikulski, pianista
Pianista solista, camerista e acompanhador de cantores famosos, Maciej Pikulski já se apresentou nos palcos de cerca de 30 países, em cinco continentes. Diplomado em piano, música de câmara e acompanhamento vocal pelo Conservatório Superior de Música de Paris, logo seria admitido no ciclo de pós-graduação. Em seguida venceria o prêmio da Fundação France Télécom.
Discípulo de Dominique Merlet, Pikulski continuou a trabalhar como solista com Clive Britton, antigo pupilo de Claudio Arrau, sendo posteriormente convidado a apresentar-se no Sri Lanka, na Rússia, Índia, Itália, Alemanha, Espanha, Suíça, Polônia e Bélgica. Na França, atuou na Radio France Musique, Festival Midem em Cannes, Festival Chopin em Paris e Festival Liszt na Provença. Apresentou-se também com orquestras da França, Bélgica, Inglaterra, Romênia, Itália e Polônia.
Maciej Pikulski fez três gravações de piano solo em CD: o Concerto para piano Nº 2 de Rachmaninov, completado por obras de Liszt e Chopin; as Transcrições de Canções de Schubert por Liszt (Ed. Zig-Zag) e, mais recentemente, um disco dedicado à obra de Rachmaninov e Chopin (Ed. Stermaria).
Em dezembro de 2004, foi selecionado pela Sociedade Chopin da França para tocar a parte de piano na reconstrução do último concerto do compositor em Paris. Em 2006, foi convidado a participar da integral das Sonatas de Mozart para o Festival de San Sebastián, na Espanha.
Como músico de câmara, Maciej Pikulski criou um duo com o violoncelista Raphaël Chrétien, com quem gravou dois CD: 3 Sonatas de Jean Huré e, posteriormente, 2 Sonatas de Guy Ropartz e a Sonata de Henri Duparc (Ed. Daphéneo). O pianista participou ainda de concertos de música de câmara com alguns músicos europeus de destaque, como Sonia Wieder-Atherton, Sylvia Markovici, Marc Coppey, Olivier Charlier, Laurent Korcia e Gérard Caussé.
Nesse meio tempo, Pikulski deu início a uma carreira de acompanhador vocal de cantores de prestígio como José van Dam (Carnegie Hall de Nova York, Teatro alla Scala de Milão, Théâtre Royal de la Monnaie de Bruxelas, Concertgebouw de Amsterdam, Teatro Colón de Buenos Aires, Théâtre des Champs-Elysées de Paris), Renée Fleming (Großer Saal – Musikverein de Viena, Festspielhaus de Baden-Baden, Rudolfinum de Praga, Auvers-Sur-Oise na França), Dame Felicity Lott (recitais na França, Grã-Bretanha, Espanha e Índia), Maria Bayo (acompanhador exclusivo desde 2006), Patricia Petibon e Mireille Delunsch.
Com grande interesse em pedagogia, o pianista realizou “master-classes” na China (Xangai), no Brasil (São Paulo), na Índia (Bombaim), no Conservatório Superior de Música de Paris, na Academia de Música de Amsterdam, em Montpellier e em Estrasburgo. É também professor estável do Conservatório Superior de Música de San Sebastián (Espanha) e leciona todos os anos nas Academias de Verão de Nancy, França.
A imprensa reconhece sua “sensibilidade poética” (Globe and Mail – Toronto), sua “poderosa técnica” (New York Times) e o chama de “músico magnífico” (Le Figaro) e “grande pianista” (Corriere della Sera).
Programa
Piotr Ilyich Tchaikovsky
Sred’ shumnogo bala, op. 38.3 (Em um baile brilhante – A.Tolstoi)
Moy geniy, moy angel, moy drug (Meu guardião, meu anjo, meu amigo)
Kaby znala ja, op. 47.1 (Se eu ao menos tivesse sabido – A. Tolstoi)
Kolybel’naja pesnja op. 16.1 (Acalanto – A.Maykov)
The lights were being dimmed op. 63. 5 (As luzes já se apagavam – Romanov)
The sun has set op. 73.4 (O sol se pôs – Rathaus)
Johannes Brahms
Zigeunerlieder, op. 103 (Canções ciganas)
Nº 1 – He, Zigeuner, greife in die Saiten
Nº 2 – Hochgetürmte Rimaflut
Nº 3 – Wißt ihr, wann mein Kindchen
Nº 4 – Lieber Gott, du weißt
Nº 5 – Brauner Bursche führt zum Tanze
N° 6 – Röslein dreie in der Reihe
Nº 7 – Kommt dir manchmal in den Sinn
Nº 8 – Rote Abendwolken ziehn
INTERVALO
Gustav Mahler
Des Knaben Wunderhorn – seleção
Rheinlegendchen
Das Irdische Leben
Nicht Wiedersehen
Wer hat dies Liedlein erdacht
Richard Strauss
Ständchen, op. 17.2 (Serenata – Schack)
Traum durch die Dämmerung, op. 29.1 (Sonho ao crepúsculo – Bierbaum)
Schlechtes Wetter, op. 69.5 (Tempo ruim – Heine)
Ruhe meine Seele, op. 27.1 (Repousa, minha alma – Henckell)
Zueignung, op. 10.1 (Dedicatória – von Gilm)
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