Um dos nomes mais importantes da cena lírica internacional na atualidade, possuidor de um timbre extremamente raro e de uma técnica brilhante, o aclamado contratenor francês Philippe Jaroussky abre em 19 de abril (quarta-feira), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a 24ª edição da Série O Globo / Dell’Arte Concertos Internacionais 2017.
Dono de uma imensa e premiada discografia, o contratenor cantará acompanhado da orquestra de câmera francesa Le Concert de la Loge, dirigida por Julien Chauvin, que também atuará como violinista.
Jaroussky irá apresentar, no Rio de Janeiro, um programa especial, composto por árias famosas de Händel para Castrati.
Com 39 anos de idade e uma década e meia de carreira no canto, Jaroussky é hoje uma estrela de primeira grandeza na cena lírica mundial, detentor de uma extensa coleção dos mais importantes prêmios da música clássica. Seu timbre vem sendo frequentemente comparado ao de Carlos Broschi, o castrato italiano mais famoso da história, conhecido como Farinelli.
Philippe Jaroussky
O contratenor Philippe Jaroussky já conquistou um lugar proeminente no panorama musical internacional, fato confirmado pelos “Victoires de la Musique” (Revelação Artista Lírico em 2004, depois Artista Lírico do Ano em 2007 e 2010) e, mais recentemente, pelo prestigioso prêmio “Echo Klassik” na Alemanha, outorgado em Munique, em 2008 (Cantor do Ano) e, em seguida, em Dresden, em 2009 (com “L’Arpeggiata”).
Possuidor de uma maestria técnica que lhe permite passar sem qualquer dificuldade pelas pirotecnias musicais mais complicadas, Philippe Jaroussky investiu em um repertório extremamente amplo no domínio Barroco e em refinamentos do seiscentismo italiano, indo de compositores como Monteverdi, Sances e Rossi, ao atordoante virtuosismo de Händel e Vivaldi — sendo estes últimos, sem dúvida, os compositores mais presentes em seus recitais nos últimos anos. Abordou bem recentemente o período pré-clássico com a obra de Johann Christian Bach, ao lado do Cercle de l’Harmonie. O cantor também explorou as melodias francesas, acompanhado pelo pianista Jérôme Ducros, nas mais importantes salas da Europa e em uma grande turnê ao Japão. O repertório contemporâneo vem recebendo uma ênfase crescente, com a criação de um ciclo de melodias compostas por Marc André Dalbavie sobre sonetos de Louise Labbé, com a Orquestra Nacional de Lyon dirigida por Christoph Eschenbach. No mês de abril do ano passado, assumiu o personagem-título de Caravaggio, ópera de Suzanne Giraud sobre libreto de Dominique Fernandez.
Philippe Jaroussky é solicitado pelas melhores formações barrocas atuais, como o Concerto Köln, Ensemble Matheus, Les Arts Florissants, Les Musiciens du Louvre-Grenoble, Le Concert d’Astrée, L’Arpeggiata, Le Cercle de l’Harmonie, Europa Galante, Australian Brandenburg Orchestra ou I Barrochisti, sob a direção de nomes como Jean-Christophe Spinosi, William Christie, Marc Minkowski, René Jacobs, Christina Pluhar, Jérémie Rhorer, Emmanuelle Haïm, Jean-Claude Malgoire, Fabio Biondi, Andrea Marcon, Diego Fasolis e Paul Dyer. Há novas colaborações programadas para um futuro próximo com a Freiburger Barockorchester, Appolo’s Fire, Anima Eterna ou ainda a Venice Baroque Orchestra.
O contratenor já foi aclamado em festivais e nas mais principais salas de concerto do mundo, seja na França (Théâtre des Champs-Elysées, Théâtre du Châtelet, Salle Pleyel e Salle Gaveau em Paris; Óperas de Lyon, Montpellier e Nancy, Arsenal de Metz, Théâtre de Caen, etc.) ou no exterior (Barbican Center e South Bank Center em Londres; Palais des Beaux-Arts e Théâtre de La Monnaie em Bruxelas; Concertgebouw de Amsterdam; Grand Théâtre du Luxembourg; Ópera de Lausanne, Festival de Zermatt e Festival de Verbier na Suíça; Musikverein e Konzerthaus de Viena e Festival de Salzburgo na Áustria; Staatsoper e Philharmonie de Berlim; Philharmomie de Colônia; Palácio do Estoril, Teatro Real de Madrid e Festival de Santiago de Compostela na Espanha; Carnegie Hall e Lincoln Center de Nova York, entre outros).
Em 2002 fundou o Ensemble Artaserse, que se apresenta em toda a Europa. Já há muitos anos Philippe Jaroussky mantém relações muito estreitas com sua gravadora para o registro de seus recitais, todos eles premiados com numerosas distinções.
Podemos destacar os álbuns Heroes (árias de óperas de Vivaldi) com o Ensemble Matheus — que ganhou um “Disque d’Or” em 2007, um “Diapason d’Or”, um 10 de “Classica-Répertoire”, “Choc du Monde de la Musique”, “Gramophone Award” e “Timbre de Platine d’Opéra International”, entre outros. O CD Hommage à Carestini foi eleito Disco do Ano no “Victoires de la Musique” em 2008 e no Prêmio Clássico Midem em 2009 e recebeu o 10 de “Classica-Répertoire”, assim como o “Timbre de Diamant” da Opéra Magazine. Ele teve uma notável participação no disco Lamenti, com Le Concert d’Astrée, que recebeu o “Victoires de la Musique” em 2009. No início de 2009, o disco Teatro d’Amor consagrado a Monteverdi e com L’Arpeggiata foi o mais vendido na área da música clássica, sendo coroado com o “Echo Klassik 2009” em Dresden. O disco Opium, consagrado à melodia francesa, com o pianista Jérôme Ducros, obteve o mesmo sucesso.
Nesses dois últimos discos, Philippe Jaroussky redescobriu compositores pouco gravados, como Johann Christian Bach, com Le Cercle de l’Harmonie, dirigido por Jérémy Rhorer e lançado no início de novembro de 2009, e Antonio Caldara, com o Concerto Köln dirigido por Emmanuelle Haïm, colocado no mercado em novembro de 2010. O outono deste ano testemunhou o surgimento de duas gravações: o Réquiem de Fauré dirigido por Paavo Järvi, onde Philippe canta a célebre “Pie Jesu” e um disco de duos com Max Emanuel Cenci, Duetti, dirigido por William Christie.
Em junho de 2011 Philippe Jaroussky fez sua estreia cênica nos Estados Unidos no papel-título da ópera Niobe de Agostino Steffani em Boston e Great Barrington. Não tardou a retornar ao país para uma turnê onde participou de festivais e várias séries de concertos em Los Angeles, Berkeley, Duke University, Boston, Ann Arbor, entre outras. Interpretou também um programa dedicado às árias de Händel, acompanhado pela Orquestra de Freiburg. Mais recentemente cantou ao lado de Cecilia Bartoli no Festival de Pentecostes de Salzburgo em uma produção de Giulio Cesare de Händel. Associou-se também ao contralto Marie-Nicole Lemieux e ao Ensemble Arteserse em uma turnê batizada de “Le Tourbillon des Sentiments” (O Turbilhão dos Sentimentos).
Em janeiro de 2013, Philippe Jaroussky permitiu-se um repouso sabático de vários meses, retornando à cena internacional em setembro do mesmo ano, com a Orquestra Barroca de Veneza.
Philippe Jaroussky é padrinho da Associação IRIS, que representa os pacientes atingidos por deficiências imunológicas primitivas.
Julien Chauvin, violino e direção
Vencedor do Prix du Concours Général de Paris de 1997, Julien Chauvin estudou violino com Vera Beths no Royal Conservatory em The Hague, e interpretação de instrumentos de época na música Clássica e Barroca com Wilbert Hazelzet, Jaap Ter Linden e Anner Bylsma.
Em 2003 foi laureado no Concurso Internacional de Música Antiga de Bruges e atuou como solista na América do Sul, África do Sul, Georgia, Concertgebouw de Amsterdam e Festival de Páscoa de Deauville, França. Participou ainda de conjuntos barrocos como Concerto Köln, Les Musiciens du Louvre, Le Concert d’Astrée e Ensemble Baroque de Limoges.
Julien Sauvin se dedica também ao repertório romântico e moderno, já tendo trabalhado em estreita colaboração com Steve Reich, György Kurtag, Thierry Escaich, Thomas Adès e Philippe Hersant. Participa de recitais com solistas como Renaud Capucon, Jérôme Pernoo, Jérôme Ducros, Bertrand Chamayou, Christophe Coin, Patrick Cohen e Alain Planès.
Após dez anos de colaboração com o conjunto Le Cercle de l’Harmonie — que codirigiu com Jérémie Rhorer — Chauvin criou uma nova orquestra, Le Concert de la Loge. Paralelamente, continuou a apresentar-se com o Quatuor Cambini-Paris, que formara em 2007.
Como diretor musical, Julien Chauvin colaborou em muitas produções operísticas, como Era la notte, encenada por Juliette Deschamps com Anna Caterina Antonacci, Le Saphir, de Félicien David, produzida por Palazzetto Bru Zane e Armida de Haydn, encenada por Marianne Clément. Como regente, dirigiu a Esterházy Hofkapelle, a Orchestre Régional d’Avignon e a Orkiestra Historyczna de Katowice. Julien Chauvin também incrementou seu trabalho na América do Norte, com o Folger Consort de Washington e a Orchestre Symphonique de Québec. além de apresentar-se regularmente como convidado nas emissoras de rádio France Musique e Radio Classique. A Mezzo TV dedicou-lhe um especial em 2006.
Gravou obras concertantes de Haydn, Beethoven e Berlioz com Le Cercle de l’Harmonie para os selos Eloquentia e Ambroise-Naïve. Julien Chauvin toca um violino barroco de Jacob Stainer de 1670 (anteriormente o ex-Mozart-Wranitzki), cedido por um patrono das artes, e um violino romântico de Giuseppe Rocca, de 1839, no quadro do projeto “Adopt-a-Musician”. É artista associado da Fondation Singer-Polignac de Paris.
Le Concert de La Loge
Em janeiro de 2015 o violinista Julien Chauvin fundou um novo conjunto de instrumentos de época, com a meta de reviver uma famosa orquestra do século XVIII, a Concert de la Loge Olympique. Fundada em 1783, a Concert de la Loge Olympique, tornou-se famosa pela encomenda feita a Joseph Haydn das “Sinfonias Paris”, possivelmente por intermédio da agência do Chevalier de Saint-Georges. Era considerada uma das melhores orquestras da Europa, apresentando-se inicialmente no Hôtel Bullion de Paris, fixando-se posteriormente nas Tulherias, sob o patrocínio de Maria Antonieta.
À época, os músicos eram, em sua maioria, maçons, e muitas associações de concerto eram ligadas a Lojas Maçônicas. Valores como a harmonia social e a igualdade a partir dos méritos encontraram na música um terreno ideal para florescerem e se expressarem em novos gêneros como a sinfonia concertante.
Hoje a nova orquestra, de formato variável, é construída sobre um modelo único na França, chamando à colaboração os melhores solistas e regentes. Ela oferece música de câmara, sinfônica e programas vocais dirigidos por seu líder ou por maestros convidados, e mantém um amplo repertório, que vai do Barroco à virada do século XX. A meta dessa recriação é também explorar novas formas de concerto, inspiradas por seu desdobramento original do final do século XVIII. Projetos mesclam diferentes gêneros e artistas, inclusive no mesmo concerto, e estabelecem vínculos com outras disciplinas artísticas.
Como consequência da pesquisa sobre a música francesa, que vem sendo empreendida há mais de dez anos por seu fundador Julien Chauvin, o conjunto continua a trazer à luz do dia e a recriar obras esquecidas do repertório nacional, em parceria com o Centre de Musique Baroque de Versailles e com o Palazzetto Bru Zane de Veneza. Como o Comitê Francês para Esportes Olímpicos (CNOSF) se opôs ao uso do adjetivo “Olímpico” pela orquestra, ela se viu constrangida a trocar seu nome histórico, passando a ser conhecida, a partir de junho de 2016, como Le Concert de la Loge.
Le Concert de la Loge empreendeu várias turnês por teatros líricos franceses, apresentando-se em óperas como Armida de Haydn, dirigida por Marianne Clément, e em concertos com solistas do gabarito de Karina Gauvin, Sandrine Piau, Edwin Crossley-Mercer, Eduarda Melo, Jean Rondeau e Justin Taylor. Seus projetos atuais incluem a atual turnê com o contratenor Philippe Jaroussky pela Europa, Ásia e América do Sul, uma produção itinerante da ópera Le Cid de Sacchini, dirigida por Sandrine Anglade, e apresentações da ópera Phèdre de Lemoyne, com direção de Marc Paquien, na Ópera de Caën e no Teatro des Bouffes du Nord.
A orquestra recebe o apoio do Ministério da Cultura e Comunicação, da Caisse des Dépôts (principal patrocinador), da Fundação Orange e da Caisse d’Épargne Île-de-France. Tem uma residência no Conservatório Jean-Baptiste Lully (Puteaux).
Programa
GEORG FRIEDRICH HÄNDEL (1685 – 1759)
- Abertura (excertos da ópera Radamisto)
- Recitativo “Son pur felice” e Ária “Bel contento” (excertos da ópera Flavio, re de’ Longobardi)
- Recitativo “Son stanco” e Ária “Deggio morire oh stelle!” (excertos da ópera Siroe, re di Persia)
- Peça Instrumental
- Ária “Se potessero i sospir miei” (excerto da ópera Imeneo)
- Recitativo “Vieni d’empietà” e ária “Vile, se mi dai morte” (excertos da ópera Radamisto)
INTERVALO
- Recitativo “Che mi chiama alla gloria” e ária “Se parla nel mio cor” (excertos da ópera Giustino)
- Recitativo “Inumano fratel” e ária “Stille amare, già vi sento” (excertos da ópera Tolomeo, re d’Egitto)
- Peça Instrumental
- Ária “Ombra cara” (excerto da ópera Radamisto)
- Recitativo “Privarmi ancora” e ária “Rompo i lacci” (excertos da ópera Flavio re de’ Longobardi)
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