She is dead acaba de lançar seu primeiro full album intitulado “Story of lies” em todas as plataformas de streaming via Electric Funeral Records. A banda curitibana formada por Ricky Volpato (bateria), Mau Carlakoski (vocais e guitarra) e Kim Tonieto (baixo e vocais), traz em suas composições a sonoridade do punk e do dirty rock em seu primeiro trabalho, buscando referências em variantes do punk rock, hardcore e rock alternativo, trazendo influências de bandas como Dead Kennedys e Melvins.
“Story of lies” tem como tema principal as perdas e desilusões do cotidiano. A temática do disco está bem presente nas letras das canções , em trechos como “and you can trust in me / but forget our dreams “ da música “forget our dreams ou “ I wanna kill the monster/ I wanna kill the past” da música de trabalho do disco, “Living in my hate”. As faixas buscam trazer uma proposta de sentimento perdido, de buscas e expectativas por muitas vezes não alcançadas, de sonhos e planos deixados para trás, tratadas com ironia e uma camada de humor ácido.
O disco foi produzido por Luiz Orta e gravado no Estúdio Caverão em Curitiba, a arte da capa foi produzida pela designer Sofia Carlakoski e mostra uma família dos anos 70 em um passeio ao cemitério da cidade.
Conversamos com a banda sobre seu último lançamento, processo de composição e gravação, influencias musicais, entre outras curiosidades. Confira a entrevista!
De onde surgiu o nome “She is Dead”?
O nome é uma referência ao personagem da atriz Marion Cotillard no filme “A Origem” do Christopher Nolan. Em um determinado momento do filme, o personagem do Joseph Gordon
Levitt, sendo indagado sobre a personagem acima, responde: She is Dead”, neste dia eu estava vendo o filme com o baixista, Kim Tonietto e estávamos curtindo uma fossa monstra, na hora eu virei pra ele e disse “Você viu o que o cara disse?” e o Kim respondeu “Vi, que lindo” no que eu rebati “Lindo nada, este vai ser o nome da banda rss”. A ideia de construir um lugar na sua memória, para uma pessoa, seja ela qual for, pai, mãe, esposa, amigo, namorada e poder ir visita-las, feliz e tranquilo, mesmo sabendo que elas não estejam mais aqui, faz muito a ideia do que a banda quer passar, uma nostalgia daquilo que você poderia ter vivido.
Como a banda surgiu?
Foi no fim de 2019, eu já tinha passado por algumas bandas, mas sentia que o material que tinha nas mãos precisava ser lançado, fui atrás do Kim que já tinha tocado baixo comigo em outra formação e após isto a ideia do Ricky Volpato para a bateria veio instantaneamente, uma porque baterista em Curitiba é joia rara rss e porque, além de um excepcional musico o Ricky é um grande cara.
A banda lançou recentemente o disco “Story of lies”. Como foi o processo de composição e gravação desse material?
De composição, veio da dor de uma perda, foi uma época bem difícil para mim, as músicas vinham como um grito de liberdade, de uma fúria com a vida naquele momento, artisticamente falando é claro, quanto a gravação ela foi a mais orgânica possível, com a parceria do nosso produtor Luiz Orta e com o apoio de vários amigos, nos sempre fomos muito inclusivos, nós acreditamos no amor, no respeito e na solidariedade mutua, independente de quem seja, neste momento da gravação pudemos sentir todo este carinho e apoio das pessoas.
O disco lançado foi muito bem recebido pela mídia especializada nacional e internacional. Como a banda está vendo esse feedback tão positivo do material lançado?
Estamos muito, muito, muito felizes, estamos chegando em lugares onde nunca imaginávamos estar e recebendo críticas positivas das mais diferentes pessoas e canais de mídia, tudo mudou para nós com a entrada da banda para o selo Electric Funeral, nos deu mais segurança, nos deu mais respaldo, nos faz sentir muito mais felizes para continuar, preciso citar tb aqui nossa agencia, a Collapse Agency que faz um trabalho de mídia incrível e que está junto conosco sempre.
Suas músicas demonstram intensidade e entrega por parte da banda. Existe alguma composição que seja mais especial para vocês?
Eu acho que todas são filhas do mesmo momento, então a gente gosta igual de todas rss, eu sempre vou cantar e escrever sobre o que eu sinto abertamente no momento, a banda entende isto e consegue potencializar estas ideias, nos juntos somos muito fortes e amamos tocar um com o outro, de estar um com o outro acima de tudo.
Quais as bandas e fontes artísticas que inspiram o som da banda?
As minhas inspirações como compositor vem mais do sentimento que eu sinto vendo certos cantores expressando sua arte, como Otis Redding, Tina Turner e Roy Orbison, o Kim gosta muito de Radiohead e o Ricky de Pixies, mas quando a gente se junta é Dead Kennedys e Melvins no coração e no pedal de distorção rsss.
Como vocês estão lidando com a pandemia de covid 19? Que tipo de interação a banda está tendo com o público nesse momento de pandemia?
Este é um momento muito triste , mundialmente falando, estamos vendo muitas bandas acabarem, vendo muitos artistas sem trabalho, em várias frentes, pessoal do teatro, da pintura, da música, enfim, quando tudo isto passar, a primeira coisa que eu vou querer é descer do palco e dar um abraço no público, com segurança claro, chegou a hora mais do que nunca de nos ajudarmos, nada substitui a energia e carinho das pessoas, o amor das pessoas, espero que tudo seja feito no mundo para que este dia possa acontecer novamente. Enquanto este dia não chega a gente tem mantido uma conexão diária com nosso publico e com novas pessoas através das redes sociais, de blogs, de rádios, ouvindo coisas novas, trabalhando o disco em todas as plataformas e nossos vídeos no youtube.
Podemos esperar um clipe em breve?
Com certeza, já esta pronta uma animação para o nosso novo single chamado Jack Elam e também já esta tudo certo com a produtora Studio Tenda para um novo clipe, com lançamento em Junho, da musica Amy que já faz parte do novo disco a ser lançado em muito breve.
Quais os planos para 2021?
Lançar mais um disco, que já tem nome, First Day of my Life, neste semestre ainda, tocar em todo festival online possível rss a partir do segundo semestre, manter as pessoas juntas conosco ouvindo e debatendo ideias e continuar produzindo material novo, seja áudio, vídeo, entrevistas, matérias, enfim, a She is Dead nunca esteve tão viva em nossos corações.
Confira “Story of lies”: