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Show do Iron Maiden no Rock in Rio 2019: excelência e impecabilidade marcam a performance da banda


Iron Maiden faz show histórico no Rock In Rio 2019 e segue para São Paulo e Porto Alegre

O show do Iron Maiden no Brasil, realizado ontem, em 4 de outubro, na edição de 2019 do Rock in Rio, pode ser resumido em uma só palavra: impecável!

Sem sombra de dúvidas a banda é uma das atrações mais esperadas do festival e para corresponder a esse anseio do apaixonado público brasileiro o Maiden trouxe um set repleto de clássicos e o resultado não poderia ser outro senão a formação de um imenso coral de dar arrepios, como ocorreu mais uma vez em Fear of the Dark.

A abertura foi com “Aces High” do Powerslave, álbum de estúdio da turnê do Iron na época da primeira edição do Rock in Rio em 1985. É muito bom ver subsistirem até nossos dias tanto o Maiden em seu alto padrão, como o Rock in Rio, 34 anos após a primeira apresentação do banda. Também é um privilégio de uma banda poder ter uma carta na manga como “Aces High” para abertura de um show tão importante e significativo…Com certeza não foi em vão que foi escolhida para ser a faixa de abertura do Powerslave.

Na sequência, o Maiden tocou vários clássicos, desde a música Iron Maiden do primeiro álbum, a músicas do The Number of the Beast, Piece of Mind, Powerslave, Seventh son of a seventh son, Fear of the dark, etc. Assim como o Slayer, que precedeu o show do Iron, o Maiden recheou seu setlist com os grandes clássicos da discografia consagrada da banda. Vale pontuar que a organização do evento evoluiu muito ao montar a grade do dia do metal.

Tivemos uma sequência de bandas coesa, só do metal, para headbanger nenhum botar defeito. Até o Scorpions tocou à maneira da edição de 85, evitando a sonoridade acústica, que só foi usada em “Send me an Angel”. É infinitamente preferível sair do Helloween e Slayer para ir ao show do Iron, com o espírito já impactado e preparado, a sair do Avenged. Que bandas como Avenged fiquem para outros dias do evento, o que é mais sensato, pois cada banda tem seu público característico.

Não houve nenhum problema em o Slayer ter tocado no palco Sunset, pelo contrário, foi muito bom, para que fosse possível sair do Slayer e ir para o Iron.

Muita emoção ao ver “Revelations” do Piece of Mind, tocada ao vivo, até melhor que na versão de estúdio, que tem um andamento um pouco mais lento. O Iron Maiden é uma das poucas bandas que consegue ao vivo ter uma performance compatível com o padrão do estúdio, e não poucas vezes, supera esse padrão, como disse.

Um aspecto muito interessante no shows do Maiden é a produção cênica. No R.I.R. a banda não deixaria de incrementar com a presença do Eddie em meio ao show. Bruce, inclusive, travou uma disputa de espadas com Eddie ao som de “The Trooper”.

Vale observar que o Maiden não deixou de tocar músicas da produção recente, dos últimos álbuns, como “For the Greater Good of God”, do A Matter of life of Death. A música é épica, com uma duração de quase dez minutos, porém, sem dúvida, uma composição tão boa quanto as do período clássico do Maiden.

Uma banda do nível do Iron não tem como tocar tudo de bom que já produziu em um só show. Gostaríamos de ouvir “Wasted Years”, por exemplo, do Somewhere in Time ou ainda “Alexander the Great”, outro clássico épico do mesmo álbum, mas o fã do Maiden tem essa consciência, de que, enquanto algumas bandas precisam tocar alguns poucos hits que emplacaram em sua carreira para fazer valer seu show, o Maiden tem abundância de clássicos, de modo que ainda que o setlist venha com um clássico após outro, não é possível tocar todos em um só show.

Por fim, é muito gratificante ter o privilégio de ver o Iron Maiden face a face, como no R.I.R. de 2019. Bruce, certa ocasião dando entrevista no Jornal da Globo, disse que ir ao show do Maiden é como transar com aquela atriz pornô gostosona que vemos nos filmes, e quem já foi ao show sabe que ele não poderia ter usado uma analogia melhor…rs

O Maiden apesar de ter uma técnica aprimorada e com extrema excelência não incorre na chatice e monotonia de alguns que cultuam o virtuosismo, pois os riffs são contagiantes e diretos, levantando até alguns defuntos vivos, rs…Por isso, o Iron alcançou aquilo que Aristóteles já definia como virtude em sua ética, o equilíbrio ou o que chamava de meio-termo. Seguindo a forma de pensar do filósofo, técnica em excesso induz à monotonia, e de menos à pobreza. Por isso, o Maiden alcança esse equilíbrio perfeito, de maneira que, sem dúvidas, podemos afirmar que possui um dos mais impactantes shows da história recente, não só do metal, mas da música universal!

Long live Rock in Rio! Long live Maiden!

 

Por Rômulo Nunes Macêdo – Didachê Brasil


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