The Weeknd não é do tipo de artista que costuma misturar política com seu trabalho, mas, durante a semana, o cantor fez um gesto importante e que mostra que há outras formas de combater injustiças.
É que o artista doou US$ 250 mil (ou cerca de RS 750 mil) para o movimento Black Lives Matter (“A Vida dos Negros Importa”), grupo americano que organiza protestos contra a violência policial e racismo nos Estados Unidos. Ele surgiu em 2012, após a morte de Trayvon Martin pela polícia dos Estados Unidos, a qual, somente em 2016, já matou mais de 160 negros, de acordo com dados do jornal The Guardian.
Em julho, as mortes de Philando Castile e Alton Sterling, dois homens negros, levaram a grandes manifestações naquele país, o que fez com que diversos artistas se manifestassem pelo fim da violência policial. Entre eles, estava The Weeknd.
enough is enough. it's time to stand up for this. we can either sit and watch, or do something about it. the time is now. #blacklivesmatter
— The Weeknd (@theweeknd) July 7, 2016
Tradução: “Já chega. É hora de nos mexermos. Nós podemos sentar e olhar ou fazer algo a respeito. A hora é agora. #AVidaDosNegrosImporta”.
E a doação ao Black Lives Matter não foi a única feita pelo cantor nos últimos tempos. Recentemente, ele doou 50 mil dólares canadenses (em torno de R$ 120 mil) para a Universidade de Toronto, baseada em sua cidade natal, para que a faculdade possa garantir a criação do curso de Estudos Etíopes. Para quem não sabe, os pais de The Weeknd emigraram da Etiópia para o Canadá na década de 80.
Em seu Twitter, Abel Tesfaye, nome verdadeiro do artista, disse que estava “orgulhoso de contribuir” com a criação do curso, descrevendo a história do país como “brilhante”, e compartilhou um link para quem mais quisesse doar.
1 – sharing our brilliant and ancient history of Ethiopia. proud to support the studies in our homie town through @UofT and @bikilaaward
— The Weeknd (@theweeknd) August 6, 2016
2 Link to more info: https://t.co/dOzbJ3LVZp
Link to donate:https://t.co/QcK4zR5e2b
— The Weeknd (@theweeknd) August 6, 2016
“Ele cresceu em Toronto como um etíope-canadense, e agora está ajudando a comunidade”, contou Tam Gebeyehu, membro do conselho da organização Bikila Award, ao jornal Toronto Star.
A instituição premia personalidades de descendência etíope de várias áreas.
“A doação dele ajuda a preservar a nossa cultura e compartilhá-la com os outros”.
Segundo o próprio The Weeknd, a cultura etíope foi importante na criação de sua arte.
“Minha mãe, minha avó, meus tios, eles ouviam artistas como Aster Aweke e Mulatu Astatke o tempo todo. Eles tomavam café, comiam pipoca e ouviam música”, ele contou ao Pitchfork.
“É uma música linda, mas eu não percebi isso até deixar aquele ambiente. É por isso que eu acho que minha voz não é convencional. O sentimento é o de que minha música e minha voz são muito etíopes e muito africanas e muito mais poderosas do que tudo, tecnicamente”.
*Por Artur Francischi do Prosa Livre