A genialidade e os múltiplos talentos de Charles Chaplin foram revelados ao mundo logo em seu primeiro longa-metragem. O Garoto (The Kid), comédia dramática lançada em 1921, conquistou imenso sucesso e transformou seu diretor, roteirista, produtor, protagonista e compositor em uma lenda viva. O filme é a atração da série Música & Imagem, de 13 a 18 de setembro, realizada pela Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro – vinculada à Secretaria de Estado de Cultura –, dentro da programação artística elaborada pelo Maestro Isaac Karabtchevsky. O concerto com a projeção do filme mudo dirigido e estrelado por Charles Chaplin celebra o centenário do carismático personagem Carlitos, criado pelo múltiplo artista em 1914, quando o “Adorável Vagabundo” com chapéu coco e bengala entrou de vez na sua galeria de tipos. A Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal irá executar a música também de autoria de Chaplin, com arranjos de Carl Davis, sob a regência de Tobias Volkmann. Nas sessões de 60 minutos, a cópia que será exibida é fornecida pelo instituto alemão European Filmphilharmonic.
“Não poderíamos deixar de apresentar este clássico do cinema mudo que, além da história poética, nos traz a inspirada música composta pelo próprio Chaplin”, comenta Carla Camurati, presidente daFundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
“A música composta para o filme O Garoto é mais uma prova do artista multifacetado, versátil e extremamente talentoso que foi Charles Chaplin. Não satisfeito em ser somente um excelente ator, mímico, comediante, diretor, roteirista e dançarino, Chaplin resolve também dar espaço a seu talento musical, compondo para seus filmes. Os temas compostos por ele para este filme, além de singelamente belos, são extremamente eficazes em termos de ambiência na película. Há várias melodias que certamente permanecerão por um bom tempo na memória de quem vier ao Theatro Municipal, por serem simplesmente encantadoras, assim como o sorriso do Garoto e o amor de Carlitos“, afirma o MaestroTobias Volkmann.
Sinopse
Uma mãe solteira sai de um hospital de caridade com seu filho recém-nascido, mas percebe que não pode dar a ele todo o cuidado de que precisa. A mulher decide abandoná-lo, prendendo um bilhete junto ao menino, pedindo que quem o achar cuide do seu bebê, e o deixa no banco de trás de um carro de luxo, na esperança de que tenha uma vida digna. Logo depois, o veículo é roubado por dois ladrões que, quando descobrem o bebê, o abandonam no fundo de um beco, perto de uma lixeira. Sem saber de nada um vagabundo faz o seu passeio matinal e encontra o bebê. Inicialmente ele quer se livrar da criança, mas diversos fatores sempre o impedem e, gradativamente, ele passa a amá-lo. De outro lado, a mãe se arrepende e tenta reencontrar seu filho, mas quando descobre que o carro foi roubado tem um choque, passando a crer que ela nunca mais verá sua criança.
Charles Chaplin (1889-1977)
Assim como o garoto que retratou em seu primeiro longa, Chaplin teve uma infância difícil após a morte precoce de seu pai e a doença de sua mãe, ambos artistas de quem Chaplin herdou o talento e a vocação. Nascido em 1889, em Londres, passou parte da infância em um orfanato e com seu irmão Sidney se iniciou aos 12 anos na carreira artística. Em 1910 foi para os Estados Unidos com a companhia de vaudeville de Fred Karno, para onde retornou em 1912 com o mesmo grupo. O sucesso de ambas as turnês lhe renderam um contrato no cinema com a Keystone Film. De lá passou por outras duas companhias, a Essaney e a Mutual Film, até se tornar produtor independente e construir seu próprio estúdio. Em 1919, fundou a produtora United Artists, com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D.W. Griffith, por onde lançou O Garoto, dois anos depois, seu primeiro longa-metragem. Seguiram-se outros longas de sucesso como A corrida do ouro (1925), O Circo (1928), Luzes da Cidade (1931), Tempos Modernos(1936), O Grande ditador (1940) – que, após Chaplin relutar em abandonar o cinema mudo, tornou-se seu primeiro filme falado –, entre outros. Versátil, além de escrever seus roteiros, publicou quatro livros, incluindo uma autobiografia, e compôs mais de 500 canções, como Smile, Eternally e This is my song. Investigado pelo FBI, por supostas ligações com o regime comunista, foi proibido de retornar ao EUA após viajar à Inglaterra para o lançamento de Luzes da Ribalta, em 1952. Desde então, passou a viver com sua família na Suíça. Casado quatro vezes, teve 11 filhos. Ganhou diversos prêmios e importantes condecorações como a Légion d’honneur, do governo francês, em 1952; um Oscar honorário, em 1972, por sua incalculável contribuição ao cinema, quando foi aplaudido de pé durante 12 minutos, e o título de Cavaleiro do Império Britânico, em 1975, que lhe rendeu o tratamento ‘Sir’. Chaplin morreu de causas naturais em 1977, aos 88 anos.
Tobias Volkmann, regente
Gaúcho de São Leopoldo, Tobias Volkmann teve duas importantes conquistas no Concurso Internacional de Regência Jorma Panula, na Finlândia, em 2012: o Segundo Prêmio e ‘A Escolha da Orquestra’, uma honraria atribuída pelos grupos participantes. Também impressionou o público russo em 2013, como convidado do Festival Musical Olympus de São Petersburgo, ao reger a Orquestra Sinfônica Estatal do Museu Hermitage, na tradicional sala da Capela Estatal Acadêmica. Na edição de 2013, recebeu o prêmio especial ‘Favorito do Público’. No Brasil, foi vencedor do Concurso Carlos Gomes de Regência Orquestral em Campinas, em 2010. Volkmann conduziu importantes orquestras em concerto, entre elas a Orquestra Sinfônica do Porto / Casa da Música, Orquestra Sinfônica do Chile, Orquestra Lyatoshinsky de Kiev, as Sinfônicas de Vaasa e de Jyväskylä (Finlândia), Orquestra Jovem da Armênia, Filarmônica de Minas Gerais, Petrobras Sinfônica, Orquestra Sinfônica Nacional – UFF e as Sinfônicas de Porto Alegre e de Campinas. Em 2014, retornou à Casa da Música do Porto e ao Festival Musical Olympus, onde estreou junto à prestigiosa Orquestra Sinfônica Estatal de São Petersburgo. Apresentou-se ainda pela primeira vez na Argentina, como convidado da Orquestra Sinfônica da Universidade de Cuyo de Mendoza, além de participar novamente da temporada oficial da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. No Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde atua desde 2012 como regente assistente da OSTM, preparou solistas e orquestra em diversas produções de ópera e ballet, entre as quais Rigoletto, Aida, Carmen, A Valquíria,Billy Budd, Onegin, O Lago dos Cisnes, O Quebra-Nozes, Coppélia e A Sagração da Primavera. Em 2013, na série Música & Imagem, regeu a trilha do filme Nosferatu e, em 2014, esteve à frente da OSTM na temporada do ballet La Bayadère. Ainda em 2014, será responsável pela regência do ballet Coppélia. Entre 2009 e 2011, Volkmann foi assistente de Ronald Zollman junto às Orquestras da Universidade Carnegie Mellon de Pittsburgh, onde concluiu Mestrado em Performance sob sua orientação.
Série Música & Imagem – O Garoto
Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal
Direção e script: Charles Chaplin
Música: Charles Chaplin, com arranjos de Carl Davis
Regência: Tobias Volkmann
Elenco: Charles Chaplin, Jackie Coogan, Edna Purviance, Carl Miller, Tom Wilson e grande elenco
Edição: Filmphilharmonic
Filme por cortesia de: Roy Export S.A.S.
Música por cortesia de: Bourne Co. Music Publishers.
Parceiros em cooperação: Filmphilharmonic Europeu Latino América Filme Filarmônico (LAFF)
Produção: 3 Tempos Produções Culturais – Gustavo Ariani Buenos Dias Projetos e Produções Culturais – Márcia Dias
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