Segunda e mais popular ópera da tetralogia O Anel do Nibelungo, de Richard Wagner, A Valquíria ocupa o palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro – espaço da Secretaria de Estado de Cultura – para comemorar o bicentenário de nascimento do compositor alemão, nos dias 17, 19 e 21 de julho. Antes, no dia 14 de julho, domingo, a ópera será apresentada dentro da programação gratuita do aniversário do Theatro Municipal. Com concepção e direção cênica de André Heller-Lopes e direção musical e regência de Luiz Fernando Malheiro, a produção, apresentada originalmente em 2011 no Theatro Municipal de São Paulo, é a primeira integralmente criada por uma equipe brasileira para esta obra. Nesta temporada, com patrocínio da Petrobras, a montagem contará com a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal e nomes de destaque da cena lírica, como as sopranos Eliane Coelho e Eiko Senda, o baixo-barítono Licio Bruno, a mezzo-soprano Denise de Freitas, o tenor Zvetan Michailov e o baixo Sávio Sperandio, entre outros.
“A obra de Wagner, e em especial o ciclo O Anel do Nibelungo, foi um divisor de águas na cena lírica mundial. A Valquíria é um exemplo poderoso da força e riqueza artística de um gênio que deixou um enorme legado e influencia a arte, em suas mais diversas manifestações, até hoje”, comenta Carla Camurati, presidente da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
O Maestro Isaac Karabtchevsky, que elaborou a programação artística do Theatro Municipal, destaca: “O Anel é um monumento da cultura europeia – o pensamento e a música da segunda metade do século 19 receberam um novo impulso dessa grandiosa epopeia. A relação texto e música, os encadeamentos harmônicos, a visão do leit-motiv gerariam as base de toda a revolução estética que tem acompanhado a música desde então. A realização da tríade ideológica Wort-Ton-Dramma, aquela teoria em que a palavra, a música e a ação cênica são concorrentes em igual medida, se fundem em uma obra total, livre de esquemas convencionais”.
Composta por Richard Wagner entre 1851 e 1853, a ópera A Valquíria – que integra a tetralogia O Anel do Nibelungo, formada ainda por O Ouro do Reno, Siegfried e O Crepúsculo dos Deuses – fez sua estreia em 1869, em Munique. O ciclo completo, no entanto, foi apresentado somente em 1876, no Festival de Bayreuth. Ao todo, foram necessários 28 anos para Wagner escrever e encenar todas as quatro óperas. No Brasil, A Valquíria chegou em 1913, no Theatro Municipal, que desde então já abrigou oito temporadas.
O diretor André Heller-Lopes privilegiou, na concepção cênica da ópera, as questões universais contidas na obra de Wagner: “O projeto se chama O Anel Brasileiro. Estamos em um momento em que o Brasil está em alta, com a autoestima elevada. O que é brasileiro? O Anel fala de poder e da luta para manter esse poder e da relação do homem com Deus. Quis olhar essas questões universais sob a ótica da multifacetada cultura brasileira. Não tinha sentido fazer mais uma Valquíria com casaco de pele, como se fosse um frio rigoroso”, explica. Uma sala de ex-votos, por exemplo, é o refúgio do deus Wotan, no segundo ato, na cenografia criada por Renato Theobaldo e André Heller-Lopes: “O ambiente é a metáfora que escolhi para o desfiladeiro rochoso descrito originalmente, um lugar perfeito para ele se esconder, onde se sente reverenciado, adorado”, exemplifica.
Sinopse
1º ato
Interior da casa de Hunding. Há uma grande árvore no centro do recinto. Já é noite, há uma tempestade lá fora. A porta se abre e um homem, Siegmund, desarmado, ferido e cansado, entra cambaleante, desabando exausto junto ao fogo. Momentos depois, Sieglinde, mulher de Hunding, entra na sala. Siegmund pede água. Com interesse, pergunta quem ela é. Ela se apresenta e o convida a ficar até que seu marido retorne, oferecendo-lhe uma bebida. Ele se prepara para partir, mas ela insiste. Ouvem-se cavalos lá fora. Sieglinde abre a porta para Hunding e lhe explica a situação. Este lhe ordena que lhe prepare uma refeição. Notando, desconfiado, a semelhança entre o homem e sua mulher, pergunta como Siegmund veio parar ali. Este conta como um dia, ao voltar para casa com seu pai Wolfe (Lobo), encontrou-a arrasada. Sua mãe e sua irmã gêmea tinham desaparecido. Anos depois, tendo se separado do pai em determinada ocasião, após muito procurar encontrou apenas a pele de lobo vazia. Foi então que chamou a si mesmo de Wehwalt (Desafortunado). O jovem passa a narrar seu último ato de heroísmo – ele viera em socorro de uma jovem que estava sendo forçada a um casamento sem amor por seus parentes, mas ela, ao ver os irmãos mortos, atirou-se aos prantos sobre seus corpos e recusou-se a fugir com Siegmund. A jovem é morta e Siegmund, com seu escudo e lança destroçados, é obrigado a fugir. Hunding então informa ao jovem que tinha sido convocado para vingar-se da selvagem raça dos Volsungs, mas chegara tarde demais e agora, ao voltar, descobre que está abrigando um deles em sua própria casa. Ele diz que respeitará os rituais de hospitalidade naquela noite, mas que pela manhã Siegmund terá que lutar com ele. Hunding então ordena zangado à mulher que prepare sua bebida noturna e o espere no quarto. Ele se retira também, deixando Siegmund no salão deserto. O homem desarmado lembra-se então que seu pai tinha-lhe prometido uma arma quando ele mais necessitasse. Uma centelha ilumina algo brilhante no tronco da árvore. O fogo se apaga. Na escuridão, Sieglinde entra silenciosamente e diz a Siegmund que deu a Hunding uma bebida para que durma. Ela lhe conta como, durante sua festa de casamento, um estranho entrou na sala e fincou uma espada no tronco da árvore que até então ninguém fora capaz de retirar. Subitamente, o grande portão do salão se abre. Sieglinde se assusta. Ele a tranquiliza e diz que quem entrou foi a primavera. Ela pergunta qual o seu nome verdadeiro. Ele responde que ela pode chamá-lo como quiser. Após algumas perguntas, ela o batiza: Siegmund (Vitorioso) é o seu nome. Ele arranca a espada do tronco e lhe dá o nome de Nothung (Necessitada). Ela então diz que é sua irmã, Sieglinde. Apaixonados, eles se abraçam.
2º ato
Wotan, rei dos deuses, instrui sua filha Valquíria, Brünnhilde, para que garanta a vitória a Siegmund em seu embate com Hunding. Ao partir, Brünnhilde avisa o pai que sua esposa Fricka, deusa protetora do casamento, se aproxima. Esta pede que Wotan castigue Siegmund e Sieglinde, o casal incestuoso, e vingue Hunding, o marido ultrajado. Wotan responde que o laço que une duas pessoas que não se amam não é sagrado. Fricka retruca que o poder e a autoridade dos deuses estão sendo minados com esse tipo de atitude e, rebatendo os argumentos do marido, exige que ele retire sua proteção a Siegmund e também à magia da espada. Wotan, a contragosto, promete fazê-lo. Fricka se retira e Brünnhilde retorna para receber novas instruções. Wotan então narra a história do anel amaldiçoado, que ele precisa recuperar e devolver às suas guardiãs de direito, as donzelas do Reno, e assim anular seu poder maléfico. Ele então ordena que Brünnhilde assegure a vitória de Hunding. Ela tenta dissuadir o pai, mas ele parte ameaçando-a com um terrível castigo caso o desobedeça. Siegmund e Sieglinde, em fuga, se aproximam. Brünnhilde aparece e diz que está lá para levá-lo ao Valhalla, a morada dos heróis, mas ele se recusa a ir sem Sieglinde. A Valquíria, impressionada com sua coragem e devoção, decide reverter a decisão de Wotan e protegê-lo na luta. Siegmund vai ao encontro de Hunding. Um relâmpago permite que se vislumbrem os dois rivais em combate mortal. Sieglinde corre para impedi-los; um novo relâmpago mostra Brünnhilde encorajando Siegmund. Subitamente, Wotan aparece sobre Hunding e coloca sua lança entre os combatentes. A espada de Siegmund se despedaça e Hunding crava sua lança no peito do rival desarmado. Sieglinde desmaia. Brünnhilde corre até ela, coloca-a na sela do cavalo, e desaparece. Wotan dispensa Hunding, que cai morto, e parte atrás de Brünnhilde.
3º ato
As Valquírias, filhas de Wotan, reúnem-se após as batalhas. Ao som de A Cavalgada das Valquírias, todas comparecem, menos Brünnhilde. Finalmente ela chega, em pânico. Suas irmãs, surpresas, veem que ela traz consigo uma mulher, e não um herói. Brünnhilde pede ajuda às irmãs para ao menos salvar Sieglinde. Esta diz que prefere morrer, mas quando Brünnhilde lhe diz que está grávida de Siegmund, ela aceita a ajuda e é enviada à floresta. As Valquírias cercam Brünnhilde, tentando escondê-la de Wotan. Este entra em cena furioso e diz que quem a ajudar compartilhará seu destino. Brünnhilde se adianta, e Wotan determina qual será sua punição: ela perderá a divindade e será entregue ao primeiro homem que passar. As Valquírias partem, deixando o pai e filha a sós. Brünnhilde pergunta se sua desobediência foi tão vergonhosa para merecer tal castigo. Ela sabe que estava fazendo aquilo que ele, no fundo, desejava. Eles argumentam, mas Wotan não cede e pronuncia a sentença final: ela ficará presa, indefesa, em sono profundo. Brünnhilde implora que ao menos tenha algum tipo de proteção, para que somente o mais valente dos heróis possa despertá-la. Wotan cede, despede-se dela e convoca Loge, deus do fogo, para que cerque o rochedo. Dirigindo um último olhar cheio de tristeza à filha adormecida, Wotan retira-se lentamente.
O projeto Falando de Ópera, que ganha sua segunda edição, terá como palestrante o Maestro Silvio Viegas, regente titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal, que falará sobre a história de A Valquíria e abordará também detalhes específicos desta montagem. As palestras são gratuitas, com uma hora de duração, com início uma hora e meia antes do começo de cada sessão, no Salão Assyrio.
Biografias
Eliane Coelho, soprano (Brünnhilde)
Carioca, diplomou-se na Escola Superior de Música e Teatro de Hannover, seguindo depois uma brilhante carreira no exterior. De 1983 a 1991, esteve contratada pela Ópera de Frankfurt, Alemanha, e, a partir de setembro de 1991, pela Ópera de Viena, Áustria, na qual recebeu o título de Kammersängerin, em 1998. Neste prestigioso espaço vienense protagonizou numerosos papéis como Tosca, Butterfly, Maria Stuarda, Fedora (com Plácido Domingo), Madeleine (Andrea Chénier), Arabella, Salomé e Herodíade (com Plácido Domingo, Jose Carreras, Ferruccio Furlanetto), Margherita e Elena (Mefistófeles) e Electra (Idomeneo, regência de Sir Colin Davis). De Verdi, interpretou Macbeth (com Leo Nucci), Il Trovatore, Aida, Otello (com Renato Bruson), Stiffelio (com Renato Bruson, Placido Domingo, Jose Carreras), I Vespri Siciliani (com Ferruccio Furlanetto, Renato Bruson), Don Carlo, Ernani, Nabucco(com Leo Nucci) e Jerusalem (com Jose Carreras, Ferruccio Furlanetto, Samuel Ramey, regência de Zubin Metha). Como convidada, apresentou-se em renomados teatros como o La Scala (Butterfly, com Maestro Riccardo Chailly), Bastille (Salomé, com Maestro Donald Runnicles), Festival Aix-en-Provence, e em Estocolmo, Munique, Berlim, Dresden, Nice, Marseille, Copenhagen, Nápoles,Torino, Catania, Budapest, Sofia, Bucarest ,Praga, São Petersburgo, Valência, Zurique e Tokio, entre outros.Dos papéis que já cantou, o que mais se destaca é Salomé de Strauss, que a acompanha desde 1986, e em que atuou em cerca de 150 espetáculos por toda a Europa. Seu repertório, extenso – além dos citados, Don Giovanni, Turandot, Lulu, Maria Tudor, Simon Boccanegra, I Due Foscari, La Bohème etc –, continua se enriquecendo com novos personagens. Nos últimos anos participou de La Gioconda em São Paulo e Manaus, em que cantou ainda Lady Macbeth de Mtsenk, de Shostakovich, e sua primeira Isolda. Em 2012, estreou como Brünnhilde em O Crepúsculo dos Deuses em São Paulo.
Licio Bruno, baixo-barítono (Wotan)
O sucesso e amplidão da carreira do baixo-barítono Licio Bruno têm o reconhecimento entusiasmado tanto da crítica quanto do público, no Brasil e no exterior, seja por suas atuações em ópera, música sinfônica e de câmara, seja por seu brilhante desempenho como cantor, ator, diretor cênico e ainda como professor universitário. Aperfeiçoou-se na Academia Franz Liszt, em Budapeste, sendo mais tarde membro da Ópera Estatal Húngara. Cantou na Itália, Espanha, Alemanha, Suíça e Colômbia. No Brasil, os teatros líricos e as salas de concerto são sua casa. Com mais de 50 personagens em óperas de diferentes autores, períodos e estilos, Licio é, até hoje, na história da ópera, o único brasileiro a ter enfrentado o Wotan/Wanderer da tetralogia wagneriana. Teve a honra de ser dirigido por ícones do teatro brasileiro – Amir Haddad, José Possi Netto, Jorge Takla, Iacov Hillel, Gianni Rato, Sérgio Britto – e estrangeiro – Werner Herzog, Hugo de Anna, Aidan Lang. Cantou com renomados maestros brasileiros e estrangeiros, das “Paixões” de Bach até Beethoven, Kodaly, Stravisnky, Britten, bem como ciclos de Schubert, Mahler, Ravel e Poulenc, entre outros. Detentor de mais de 10 primeiros prêmios em concursos nacionais e estrangeiros, recebeu em 2004 o PRÊMIO CARLOS GOMES, como Melhor Cantor Erudito. Com a estréia de Die Walkure, Licio Bruno celebra seu Jubileu de Prata. Interpretando mais uma vez o Wotan, papel que o distinguiu, e na data do aniversário desta casa, o artista reverencia o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, palco de sua estréia profissional em 1988, em La Bohème e O Barbeiro de Sevilha, há exatos 25 anos.
Eiko Senda, soprano (Siegliende)
Nascida no Japão, a soprano Eiko Senda chegou ao Brasil em 1995, assumindo papéis de soprano lírico-spinto nos principais teatros do país. Fez mais de 80 apresentações de Madama Butterfly (Puccini) e se especializou em óperas de Carlos Gomes, de quem já interpretou Maria Tudor, Condor e Lo Schiavo. É também um marco na interpretação da lírica wagneriana e italiana, se consagrando nos papéis de Senta (Der Fliegende Holländer) e Isolda (Tristão e Isolda). Em seu repertório ainda constam Alice Ford (Falstaff, Verdi), Amelia (Un Ballo in Mashera, Verdi), Tosca (Tosca, Puccini), e Donna Anna (Don Giovanni, Mozart). Em passagem pela Argentina, fez o papel de Chrisothemis (Elektra, Strauss) e protagonizou Violanta (Korngold), ambas no Teatro Colón. Por essas apresentações, foi extremamente aclamada pela crítica internacional, sendo elogiada pelo jornal The New York Times, e as revistas Opernwelt e Opera. Ainda na América Latina se apresentou no Chile, no Teatro Concepción. Voltou ao Japão algumas vezes, se apresentando ao lado da Orquestra Osaka Music University e na Tokyo Akasaka Culture Hall. No repertório de concertos, oratórios e missas, apresenta frequentemente obras como Deutsch Requiem (Brahms), Missa in C moll e Missa in C Dur (Mozart), Nona Sinfonia (Beethoven), o repertório de Lieder (Strauss) e a Sinfonia n.2 (Mahler). Entre os prêmios conquistados durante a sua carreira, estão os primeiros lugares no Wakayama Intl. Music Competition e no Takarasuka Intl. Chamber Music Competition, em 1988; o de melhor cantora estrangeira na Argentina, o de Patriota Cultural pela embaixada japonesa em Montevidéu, e um Concurso Internacional Maria Callas.
Zvetan Michailov, tenor (Siegmund)
De origem búlgara, o tenor Zvetan Michailov, atualmente com nacionalidade alemã, é formado em canto lírico e ópera. Sua carreira ganhou impulso quando substituiu Luciano Pavarotti em Un Ballo in Maschera, de Verdi, em Paris. De 1995 a 1997, integrou a Wiener Staatsoper. Em 2005, interpretou Ernani Verone, em O Trovador, em Turim, no Festival de Verão de Brigenz. Ao longo dos anos seguintes, interpretou Mario Cavaradossi, em Tosca; Pinkerton, em Madame Butterfly, de Puccini; Ricardo, em Un ballo in maschera; Hoffman, em Les Contes d’Hoffmann, e Don José em Carmen, na Staatsoper de Hamburgo e Deutsche Oper, em Berlim. A potência de sua voz, a clareza de seu timbre e o compromisso com o qual encarna seus personagens, além de sua técnica impecável, levaram-no às mais prestigiosas casas de ópera, em Viena, Londres, Verona, Berlim e Monte Carlo. Atualmente radicado na França, interpretou o papel de Paolo em Francesca da Rimini, no Theatre de la Bastille, e interpretou o papel-título de Parsifal, de Wagner, em Innsbruck, sob a direção de Gustav Kuhn, e em Praga, sob a direção de John Fiore. Em novembro do ano passado, cantou em Aida, no Teatro Filarmônico, em Verona. Em 2013, participou da produção de Francesca da Rimini no Metropolitan Opera (fevereiro e março), Don Alvaro, na Opera Royal de Wallonie, em Liège (abril), e Parsifal, no Teatro Municipal de Santiago do Chile, em maio.
Denise de Freitas, mezzo-soprano (Fricka)
Com voz de grande extensão e timbre escuro, Denise tem conquistado o público e a crítica com suas atuações no drama e na comédia. Em 2012, brilhou em O Crepúsculo dos Deuses, como Waltraute no Theatro Municipal de São Paulo. Recebeu o Prêmio Carlos Gomes em 2004, 2009 e 2011 por suas interpretações em A Valquíria, L’enfant et les sortilèges, Nabucco, Les Dialogues des Carmélites (Mère Marie), Samson et Dalila e Ariadne auf Naxos (Compositor). Recentemente apresentou uma série de concertos com a ópera Yerma, de Villa-Lobos em Berlim, Paris e Lisboa. Seu repertório inclui também Cherubino (Le Nozze di Figaro), Nicklausse (Les Contes d’Hoffmann), Hänsel (Hänsel und Gretel), Siebel (Fausto), Orfeu (Orfeu e Eurídice), O Raposo (A Raposinha Esperta), Marquise de Berkenfield (La Fille du Régiment), Suzuki (Madame Butterfly), Laura (La Gioconda), Carmen (Carmen), Adalgisa (Norma), Charlotte (Werther). Como concertista interpretou obras como Alexander Nevsky, El Amor Brujo;Das Lied von der Erde, Kindertotenlieder e Des Knaben Wunderhorn. Tem se apresentado nos teatros municipais de São Paulo e Rio de Janeiro, Festival Amazonas de Ópera, OSESP, Theatro São Pedro etc, sob regência de I. Karabtchevsky, L.F. Malheiro, J. Neschling, S. Viegas, J. Maluf, M. de Jesus e outros. Atuou sob direção cênica de J. Takla, A. Lang, C. Camurati, W. Pereira e L. Sabag. Em 2003 recebeu o prêmio APCA por seu CD com composições de O. Lacerda. Teve como orientadora a cantora Lenice Prioli e se aperfeiçoou com Catherine Green e Patricia McCaffrey, em NY, e com Sylvia Sass, na França.
Sávio Sperandio, baixo (Hunding)
Sua voz e presença cênica marcantes, o tem tornado um dos artistas mais solicitados do Brasil. Cantou O Barbeiro de Sevilha, no Colón (2005), e CIA Brasileira de Ópera (2011), no Festival de Ópera de Ercolano (2007) e no Teatro Real de Madrid (2008), L’Italiana in Algeri no Festival Rossini in Wildbad (2008), Il Viaggio a Reims no Rossini Opera Festival (2006) e no Teatro Arriaga de Bilbao (2008), sob direção de E. Sagi e regência de A. Zedda; Don Pasquale (Don Pasquale) no Teatro Real de Madrid (2009), Zelmira (Gran Sacerdote) no Rossini Opera Festival (2009), sob reg. de R. Abbado, Una cosa rara (Lisargo), no Palau de les Arts Reina Sofía (2010). Cantou com as principais orquestras brasileiras (OSESP, OPES, OSMG, OSM SP, Amazonas Filarmônica etc), destacando o Réquiem (G. Verdi), Messa di Gloria (G. Puccini), Messiah (G.F. Handel), Réquiem (W.A. Mozart), 9ª Symphonie e Missa Solemnes (L.V. Beethoven) e Paixão Segundo São Mateus e Segundo São João (J.S. Bach). Recebeu os prêmios de Melhor Intérprete de Canção Brasileira, no IV Concurso Internacional Carlos Gomes, de Melhor Intérprete de Canção de Osvaldo Lacerda, e Revelação do Ano, no Prêmio Carlos Gomes de Música Erudita (2005). Sávio Sperandio é Bacharel em Canto e Violino pela Universidade Federal de Goiás e é orientado por Isabel Maresca.
André Heller-Lopes, direção de cena
Destacado pela revista Época como um dos “100 Brasileiros mais influentes de 2012, André Heller-Lopes é dono de uma trajetória ímpar no Brasil. Ganhou três vezes o prêmio Carlos Gomes de Melhor Diretor Cênico. Doutor pelo Department of Portuguese and Brazilian Studies do Kings College de Londres, é professor do Departamento Vocal da Escola de Música da UFRJ. Especializou-se na San Francisco Ópera (EUA) e na Royal Ópera House, Covent Garden (Londres). Coordenador de Ópera da Prefeitura do Rio de Janeiro entre 2003 e 2008, comandou o Programa de Jovens Intérpretes do Theatro Nacional de São Carlos (Lisboa) por duas temporadas. Recentemente foi convidado pela Orquestra Sinfônica Brasileira para assumir o cargo de Coordenador de Elencos das óperas de sua Temporada 2013. Especializado em ópera, André Heller-Lopes vem colhendo elogios de crítica e público, destacando-se espetáculos como Diário do Desaparecido e Savitri, no CCBB-SP e DF, Ariadne auf Naxos (Strauss) ou as aclamadas montagens de A Valquíria e Crepúsculo dos Deuses (Wagner) no Theatro Municipal de São Paulo, Tosca (Puccini), no Kleinesfestpielhaus, em Salzburgo (trabalho foi descrito como um “retumbante sucesso”), ou Nabucco (TMRJ e Palácio das Artes) e Anjo Negro (EAV Parque Lage), no Rio de Janeiro. Seu Tristão e Isolda (Wagner), em Manaus, foi definido como “um padrão de qualidade operístico inédito em nosso país” (O Estado de São Paulo). Dirigiu uma grande variedade de óperas, no Brasil, Áustria, Inglaterra e Portugal: Samson et Dalila (Saint-Saëns), Andrea Chenier (Giordano), La Fille du Régiment (Donizetti), Die Walküre (Wagner), Idomeneo (Mozart),Cavalleria Rusticana (Mascagni), A Ópera dos 3 Vinténs (Brecht), Mozart & Salieri (Rimsky-Korsakov),Der Schauspieldirektor (Mozart), Falstaff (Verdi), Der Rosenkavalier (Strauss) e Der Zwerg (Zemlinsky). André-Heller ainda idealizou a criação de novas óperas brasileiras, como Caixeiro da Taverna, Domitilae Anjo Negro. Trabalhou nos Estados Unidos, na San Francisco Opera e Metropolitan Opera; em Londres, na Royal Opera House; e em Portugal, no Teatro Nacional de São Carlos. Ao longo de duas temporadas no Covent Garden (Londres), encenou O Imperador de Atlantis (Ullmann) e o Diário do Desaparecido (Janácek), além de ter trabalhado na direção de 15 óperas, ao lado de diretores como Copley, K. Warner, Miller, Martone e Armfield. Dirigiu O Barbeiro de Sevilha (Rossini), no Iford Arts Summer Festival, em Londres, e Yerma (Villa-Lobos), em Berlim, Lisboa e Paris. No Teatro Nacional de São Carlos (Lisboa), produziu Dido & Aneas (Purcell), Trouble in Tahiti (Bernstein), L’Occasione fa Il ladro(Rossini) e Hansel & Gretel (Humperdinck). Recentemente, estreou na Argentina com Rigoletto (Verdi) na Buenos Aires Lírica, e no Brasil a versão brasileira de A Midsummer’s Night Dream. Ganhador do prêmio internacional Britten 100 Awards, André Heller-Lopes dirigirá em 2013 Jenufa em Buenos Aires,Macbeth em Montevidéu e O Ouro do Reno em São Paulo e Eugene Onegin em Salzburg em 2014.
Luiz Fernando Malheiro, direção musical e regência
Nasceu em São Paulo em 3 de setembro de 1958. Estudou piano, clarinete, canto e teoria musical com Theresinha Ribeiro, Elizabeth de Souza, Marcel Klass, Leilah Farah, Marga Nicolau, Rodolfo Celletti, Ettore Campogagliani, no Brasil e na Itália. Estudou composição com J. Targosz (Polônia) e com Renato Dionisi (Itália). Estudou regência no Brasil com T. Colacioppo e na Polônia com K. Missona. Participou de cursos de regência com L. Bernstein (Roma), F. Leitner (Siena) e com Carlo Maria Giulini (Milão). Regeu no Brasil a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, as Sinfônicas Brasileira, do Estado de São Paulo, do Teatro Nacional Cláudio Santoro, de Minas Gerais, Campinas, Santo André, da UFF, do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, do Paraná, Bahia e a Sinfônica de Porto Alegre. Na Europa, da Orquestra Filarmônica Marchigiana, das Sinfônicas de Bari, Roma e Vicenza (Itália); Orquestra da Ópera Nacional de Sófia, Bulgária; Orquestra da Rádio de Bucarest (Romênia); Orquestra do Kotor Art Festival em Montenegro; as Sinfônicas de Galicia, Castilla e Leon e Málaga, na Espanha, e a Sinfônica da Rádio de Jerusalém. Esteve à frente das Sinfônicas de Mendoza e do Teatro Del Libertador em Córdoba, Argentina; da Filarmônica de Bogotá, na Colômbia, e da Filarmônica de Miami nos Estados Unidos, Orquestra Filarmônica e da Orquestra da Opera de Bellas Artes do México, além da Sinfônica do Estado do México em Toluca. Desde 1999 é o Diretor Artístico do Festival Amazonas de Ópera e desde junho de 2000 é o Diretor Artístico e Regente Titular da Amazonas Filarmônica. Recebeu o prêmio Carlos Gomes em 2000 (Universo da Ópera), 2008 e 2011 (Melhor Regente de Ópera). Foi Diretor Artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro de julho de 2000 a junho de 2002. Em 2005 esteve à frente da primeira produção brasileira do Ciclo Anel do Nibelungo de Wagner, em Manaus, espetáculo que venceu mais dois prêmios Carlos Gomes (Universo da Ópera e Melhor Espetáculo do Ano). Entre 2006 e 2012 regeu no FAO as estréias brasileiras da Lady Macbeth do Distrito de Mtsenski, de Shostakovich, Lulu de A. Berg, na versão completa em 3 atos, entre outras. Durante sua carreira, esteve ao lado de importantes solistas e diretores cênicos tais como Eva Marton, Renato Bruson, Angela Gheorghiu, Cristina Gallardo-Domas, Dennis O’Neil, Nancy Fabiola Herrera, José Broz, Enzo Dara, Nuccia Focile, Eliane Coelho, Francisco Casanova, Luis Lima, Krassimira Stoyanova, Alfredo Portilla, Paulo Szot, Angeles Blancas-Gulin, Zeljko Lucic, Michael Hendrick, Nadine Denise, Jean-Philipe Lafont, Mireille Delunsch, Nelson Freire, Rudolf Buchbinder, Cristina Ortiz, Linda Bustani, Ricardo Castro, Emanuelle Baldini, Emilio Sagi, Roberto Oswald, Vincent Boussard, Willian Pereira, entre outros.
A Valquíria
Música e libreto: Richard Wagner
Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Concepção e direção cênica: André Heller-Lopes
Direção Musical e Regência: Luiz Fernando Malheiro
Patrocínio: Petrobras
Solistas:
Eliane Coelho, soprano – Brünnhilde
Licio Bruno, baixo-barítono – Wotan
Eiko Senda, soprano – Sieglinde
Zvetan Michailov, tenor – Siegmund
Denise de Freitas, mezzo-soprano – Fricka
Sávio Sperandio, baixo – Hunding
Daniella Carvalho, soprano – Gerhilde
Maíra Lautert, soprano – Ortlinde
Veruschka Mainhard, soprano – Helmwige
Flávia Fernandes, soprano – Waltraute
Magda Belotti, soprano – Siegrune
Carolina Faria, mezzo-soprano – Grimgerde
Marina Considera, soprano – Rossweisse
Daniela Mesquita, mezzo-soprano – Schwertleite
Cenografia: Renato Theobaldo e André Heller-Lopes
Desenho de luz: Fábio Retti
Figurino: Marcelo Marques
Pianistas preparadores: Alfredo Abbati e Paulo Henrique Almeida
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