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TMRJ apresenta “BILLY BUDD” em comemoração ao centenário de Britten


Com elenco totalmente masculino, a ópera baseada no conto de Herman Melville tem a primeira montagem no Brasil

No ano do centenário de nascimento do compositor inglês Benjamin Britten, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, espaço da Secretaria de Estado de Cultura, apresenta, pela primeira vez no Brasil, a ópera Billy Budd, com produção original do Teatro Municipal de Santiago do Chile. A montagem, que conta com o patrocínio da Petrobras, em cartaz, para um total de cinco apresentações, sob a direção cênica de Marcelo Lombardero e direção musical e regência de Isaac Karabtchevsky, à frente do coroe da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal e direção cênica de Marcelo Lombardero. O elenco, exclusivamente masculino, terá 18 solistas, destacando-se o barítono Leonardo Neiva no papel-título, o tenor canadense Roger Honeywell (Capitão Vere), o barítono argentino Hector Guedes (John Claggart) e os barítonos Homero Velho (Mr. Redburn) e Daniel Soren (Mr. Flint), além de 56 integrantes do Coro do TM e 22 meninos do Coro Infantil da UFRJ, em participação especial.

“Poder apresentar pela primeira vez no país essa obra tão singular, cantada por mais de noventa vozes masculinasnuma produçãovibrante e impecável, dirigida por um dos melhores diretores da América do Sul, Marcelo Lombardero, é uma grande satisfação”, comenta Carla Camurati, presidente da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

O Maestro Isaac Karabtchevsky, que elaborou a programação artística do Theatro Municipal, completa: “A decisão de se montar esta ópera no Rio é providencial. Um teatro da importância do Theatro Municipal do Rio de Janeiro não poderia deixar passar em branco o centenário deste importante compositor. Decisão abraçada desde o início por Carla Camurati, esta montagem mostra ao público de todo o Brasil, em primeira audição – ainda que tardia – uma das obras-primas do repertório operístico”.

Terceiro título de ópera na temporada 2013, Billy Budd, que celebra o centenário de nascimento de seu autor Benjamin Britten, é uma adaptação para ópera a partir do conto homônimo do autor de Moby DickHerman Melville, e libreto do romancista E. M. Forster (autor de best-sellers como Passagem para a IndiaMaurice, que ganharam versões cinematográficas) e Eric Crozier. A ópera, que estreou mundialmente em 1951 com grande sucesso, é ambientada em 1797, a bordo do Indomável, navio britânico que enfrenta a guerra entre Inglaterra e França, contando apenas com personagens masculinos. A trama se centra nas recordações do Capitão Vere, que evoca esses dias em que se permitiu a injusta condenação do jovem bondoso e ingênuo que dá nome à obra.

O diretor Marcelo Lombardero reproduz com grande realismo o navio em que se passa a trama, tanto a partir da rica cenografia, como de projeções e delicados desenhos, que se fundem ao ambiente e dão a impressão de que o próprio teatro é uma grande embarcação. “As projeções são usadas como um elemento cenográfico e não onírico. Optei por este olhar quase cinematográfico, que tem um ar dos filmes dos anos 60, por ser uma ópera que será apresentada pela primeira vez ao público. Além disso, essa história se conta a partir do conjunto, é épica, com 18 solistas, coro grande, etc, então acho que uma abordagem abstrata não seria o melhor caminho”, explica. “A obra tem várias leituras e subtextos. É por um lado uma parábola bíblica em que Billy é Jesus, John Claggart é o demônio e o Capitão Vere é Pilatos, mas também fala da intolerância ao que é diferente. Fala ainda do embate entre a justiça e a legalidade. Todos trabalham para que o status quo se mantenha, pois a liberdade do homem era um perigo para o poder instituído. Há ainda o fato de que Britten e Foster quiseram fazer um manifesto homossexual. Britten sempre falou em suas obras sobre a estigmatização do diferente”, completa.

RESUMO DA ÓPERA

PRÓLOGO

O capitão Edward Fairfax  Vere, aposentado, relembra um acontecimento ocorrido no verão de 1797, a bordo do Indomitable, que ele comandava naquela época. Durante este conturbado período, quando as ideias provenientes da Revolução Francesa se espalhavam rapidamente, e que havia razões para temer motins a bordo, o Capitão havia sido testemunha de um episódio cuja lembrança não cessa de persegui-lo.

PRIMEIRO ATO

Primeira Cena – Pela manhã, sob as ordens dos oficiais, os homens da tripulação se esforçam a esfregar o convés. Distraído em seu trabalho, o Novato esbarra involuntariamente no Chefe da equipagem e depois de poucos minutos tropeça e cai. É condenado a vinte chicotadas.

Três marinheiros do Rights of man (Os Direitos do Homem), um navio mercante, são trazidos engajados à força e são interrogados brutalmente por John Claggart, o encarregado da disciplina a bordo. Os oficiais se queixam da pouca valia dos homens engajados até o momento em que Billy Budd é interrogado: jovem, bonito, vigoroso, é o recruta perfeito. Mas logo descobrem que Billy é gago. Os entusiasmos diminuem quando Billy grita, dirigindo-se ao seu antigo navio: “Adeus, Direitos do Homem”. Os oficiais acreditam ter ouvido um grito revolucionário e pedem ao Chefe da Disciplina para vigiar o jovem. Claggart, por sua vez, encarrega seu auxiliar, o cabo Squeak, de espionar o novo recruta e de comprometê-lo, se possível.

O Novato foi açoitado. Os homens da equipagem tentam consolá-lo, mas os marinheiros mais experientes, como Donald e Dansker, explicam que todos passarão por isto, cedo ou tarde, e que não se deve confiar em Claggart. Só o Capitão Vere é digno de elogios: um guerreiro valoroso, um homem erudito e um oficial  compreensivo para com sua tripulação. Num arroubo de entusiasmo Billy promete eterna fidelidade ao Capitão e estar pronto a morrer por ele.

Segunda cena – O Capitão, em sua cabine, recebe dois de seus oficiais e lhes oferece uma bebida. O navio se aproxima da costa inimiga e a luta parece iminente: a conversa se orienta sobre  o próximo  combate, mas Vere lembra de outro perigo suscetível  de ameaçar o navio:  o motim. Os oficiais mencionam suas suspeitas sobre Billy Budd. Vere os acalma e lhes diz que só a felicidade da tripulação é que pode garantir a ordem.

Terceira cena – Nesta mesma noite, os homens reunidos cantam velhas canções de marinheiros. Só Dansker fica de fora por se achar “muito velho para se divertir”. Billy, como bom camarada, sai à procura de tabaco para mascar – o único prazer que resta a Dansker – e surpreende Squeak mexendo em seus pertences. Irrompe uma briga durante a qual Billy rapidamente derruba seu adversário. Claggart logo intervém e faz retirar Squeak antes que ele possa falar. E felicita Billy.

Sozinho, Claggart jura acabar com o jovem marujo, cuja beleza e bondade vieram perturbar a paz e a ordem de seu próprio universo todo voltado para o Mal.

Claggart ordena ao Novato de ajudá-lo, incitando Billy a amotinar-se: para isso dá-lhe dinheiro com o objetivo de corrompê-lo. O Novato vai rapidamente acordar Billy, tirando-o de um pesadelo e, com o dinheiro,  instiga-o a se rebelar. Num assomo de cólera, Billy gagueja e, brutalmente, põe para fora o Novato.  Acordado pelo barulho, Dansker, mais uma vez, põe o marujo em guarda contra Claggart. Mas Billy,  recusando-se a acreditar em seu companheiro, persiste em considerar o Chefe da Disciplina como seu amigo.

SEGUNDO ATO

Primeira cena – Vere está preocupado com a cerração que envolve o navio. Claggart vem lhe dizer que há um perigoso agitador a bordo, mas não tem tempo de nomeá-lo porque uma vela inimiga foi avistada. Os homens se precipitam aos seus postos. Todos esperam o combate com impaciência. Atira-se a primeira salva, sem sucesso. Por causa da cerração e de ventos contrários, o navio inimigo sai fora do alcance. A perseguição é abandonada e a tripulação deixa o convés, desencorajada. A atmosfera a bordo se faz pesada.

Claggart dirige-se novamente ao Capitão, pouco disposto a atendê-lo, e acusa Billy de incitação ao motim. Importunado, Vere decide confrontar os dois homens e ver Billy em primeiro, a sós.

Segunda cena – Vere, enquanto espera Billy, pensa em Claggart que representa, a seus olhos, o Mal. Billy entra, radiante, esperando uma promoção. Chega Claggart e, por quatro vezes, acusa Billy. O jovem começa a gaguejar e não sabe responder senão jogando Claggart ao chão com um soco. O Chefe da Disciplina cai morto debaixo dos olhos de Vere, petrificado.

O Capitão avisa aos Oficiais e decide julgar rapidamente Billy. Um tribunal é improvisado. Billy clama por sua inocência e pede ajuda a Vere. Este, transtornado,   impotente, deixa condenar o jovem à morte. Todos sabem que Billy é inocente, mas as leis militares e o contexto são tais que fazer-lhe a graça está fora de questão.

Terceira cena –  Billy canta uma balada com palavras poética e macabras. Dansker vai visitá-lo e lhe diz que os homens da equipagem estão prontos a impedir a execução. Billy manda  Dansker de volta: ele aceita sua sorte serenamente e pede que todos façam o mesmo. Ficando só, dá adeus ao Direitos do Homem, seu antigo navio.

Quarta cena – A tripulação está reunida no convés, em silêncio. O primeiro tenente pronuncia, em voz alta, a sentença.  Depois, Billy, antes de ser içado ao mastro principal para ser enforcado, pronuncia suas últimas palavras: Vere, que Deus te abençoe! Um ruído ameaçador se eleva da equipagem. Os oficiais fazem evacuar o convés e o silêncio volta a reinar a bordo do Indomitable.

EPÍLOGO

As luzes se apagam. Quando reacendem vê-se Vere como o havíamos deixado no Prólogo. O Capitão jamais esquecerá Billy. As últimas palavras do jovem apaziguaram sua alma. O Tempo havia feito sua obra e Vere podia evocar seu longínquo passado, em paz.

Benjamin Britten (1913-1976) não foi apenas o maior compositor de seu país no século XX, sendo também um dos mais importantes criadores musicais da Inglaterra de todos os tempos. A música britânica havia mostrado uma queda desde o fim da atividade de Henry Purcell e do alemão naturalizado inglês Georg Händel, especialmente em comparação às grandes manifestações da música europeia continental dos séculos XVIII e XIX, uma vez que Britten revitalizou a cena local e universal com suas grandes criações.

O projeto Falando de Ópera terá como palestrante o Maestro Silvio Viegas, regente titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal, que falará sobre a história de Billy Budd e abordará também detalhes específicos desta montagem. As palestras são gratuitas, com uma hora de duração, com início uma hora e meia antes do começo de cada sessão, no Salão Assyrio.

Biografias

Leonardo Neiva , barítono (Billy Budd)

Natural de Brasília. Recebeu em 2009 o XII Prêmio Carlos Gomes por sua interpretação nas óperas Sansom et DalilaDido and Aeneas e em Kullervo de Jean Sibelius; em 2013 obteve muito sucesso com a ópera Ça Ira, do astro do rock Roger Waters. Dentre seus principais trabalhos estão Falstaff (Ford), na OSESP, Les Pecheurs dês Perles(Zurga), I Pagliacci (Silvio) e Thais (Athanael) no Teatro Municipal de Santiago do Chile, l Barbieri di Siviglia (Figaro), WozzeckCarmina Burana para o Teatro São Carlos de Lisboa, Dialogues dês Carmelites (Marquis de La Force) e Tristan und Isolde(Kunwernal) e Hänsel und Gretel (Vater) no FAO, Ariadne auf Naxos (Musikleher),Götterdämmerung (Gunther) Don Giovanni (Don Giovanni) para o TMSP, La Bohéme, no Palácio das Artes, Roméo et juliette (Mercutio), no TMRJ. Participou, em 2013 deA Midsummer Night’s Dream de Britten. Estreou na França na ópera Rienzi, de Wagner no Teatro Capitole de Toulouse, sob direção de Jorge Lavelli, espetáculo lançado internacionalmente em DVD e Blu-Ray pelo selo OPUS ARTE. Gravou junto a OSESP a Sinfonia Nº 10 – Ameríndia de Villa-Lobos sob regência de Isaac Karabtchevsky. Dentre seus compromissos futuros estão La Bohème no TMSP e I Due Foscari e Un Ballo in Maschera no Teatro Capitole de Toulouse.

Roger Honeywell, tenor (Capitão Vere)

Na temporada 2013-2014, o tenor canadense voltará à Canadian Opera Company em Peter Grimes, junto a Bem Heppner e apresentará o seu aclamado Bachus da Ariadne em Naxos na Pacific Opera Victoria. Entre os concertos, interpretará Carmina Burana com a Vancouver Symphony. Roger chamou atenção quando a “Opera News” considerou o seu Peter Grimes como “uma interpretação que define uma carreira”, apresentando “uma prodigiosa e impressionante atuação  vocal, não só por sua habilidade nas graduações dinâmicas como em sua dramaticidade”. Na última temporada, atuou como Egisto na produção de Sir David McVicar de Elektra, regida por Andrew Davis, na Lyric Opera de Chicago, cantou Tosca na Portland Opera e The Pirates of Penzance na Vancouver Opera. Entre suas atuações destacam-se Doctor Atomicna Lyric Opera de Chicago, repetida em sua estreia no Metropolitan de New York; Life is a Dream, de Lewis Spratlan, ganhador do Prêmio Pulitzer; Salomé, com a Ópera de Montreal; a estreia americana da ópera Tea: a mirror of Soul, de Tan Dun; as estreias mundiais de The Grapes of Wrath, de Ricky Ian Gordon, e The Letter, de Paul Moravec, entre outras. No repertório popular sempre faz sucesso em Carmen, Tosca, La Bohème, Madama Butterfly, A Viúva Alegre, Macbeth, O Navio Fantasma, La Fanciulla Del West. Recebeu inúmeros prêmios, como o Dora Mavor Moore, o Maureen Forrester Award e o Tyrone Guthrie Award do Stratford Festival. Frequentemente apresenta-se com as Sinfônicas de Montreal, Toronto, Albany, Baltimore, Vancouver, com a Calgary Philharmonic e a Nashville Symphony Orchestra.

Hector Guedesbarítono (John Claggart)

Em 1985, Hector Guedes venceu a Competição Viña, que marcou a sua estreia nos palcos como ‘Figaro’ em O Barbeiro de Sevilha. Neste mesmo ano, foi finalista do 2o Luciano Pavarotti International Voice Competition. Desde então, desenvolveu uma carreira diversificada, com repertório que abrange do tradicional ao contemporâneo.  Destaca-se como Don Giovanni, Enrico (Lucia di Lammermoor), Germont (La Traviata), Rigoletto, Renato (Un Ballo in Maschera), Conte di Luna (Il Trovatore), Marcello (La Bohème), Valentin (Faust), Escamillo (Carmen), Alberich (Rheingold) e Telramund (Lohengrin). Suas interpretações em óperas contemporâneas incluem a première de Leyla and Medjnun(Glanert), Antigona (Liderman), Ein Brudemord e Schlachthof (Bose), Solaris (Obst), Lear(Hosokawa), Maria de Buenos Aires (Piazzola), Le Grand Macabre(Ligeti), Dmitri (Lombardi), Enrico(Trojahn) e Terrible Mouth (Osborne). Apresentou-se em Frankfurt, Hamburgo, Berlim, Leipzig, Munique, Viena, Glasgow, Dublin, Amsterdam, Madrid, Barcelona, Toulouse, Budapeste, Rio de Janeiro, São Paulo, Seattle, Vancouver, Tóquio e Buenos Aires, ao lado de Maestros como Jeffrey Tate, Christoph Eschenbach, Gabriele Ferro, Pinchas Steinberg, Gerhard Schwarz, Paul Daniel, W. Scheidt, E. Whallon, Jean-Claude Malgoire e Antonio Ros Marba. Guedes ainda participou de diversas gravações de CDs, como Maria de Buenos Aires (Piazzola), Ein Brudermord (Bose), além do seu álbum Operatic Arias. Debutou no Rio de Janeiro com Maria de Buenos Aires no início dos anos 90 e, entre seus futuros trabalhos, estão Caligula (D. Glanert) e o Holandês Voador, ambas em Buenos Aires.

Homero Velho, barítono (Mr. Redburn)

Um dos cantores em maior atividade no Brasil, Homero Velho é Bacharel e Mestre pela Indiana University of Music Bloomington. Foi artista da National Opera Company e cantou The Ghosts of Versailles (Corigliano) e Don Giovanni em festivais nos EUA. No Brasil, foi solista em A Viúva Alegre(Danilo), A Flauta Mágica (Papageno), Il Barbiere di Siviglia (Fígaro), Le Nozze di Figaro (Almaviva), Don Pasquale (Malatesta), Lo Schiavo (Gianfera), Turandot (Ping), Ariadne auf Naxos (Harlekin), La Bohème(Schaunard), Il Guarany (Gonzalez), Maria Golovin e de Villa-Lobos, Magdalena (Padre José), A Menina das NuvensYerma. Debutou no Michigan Opera Theatre como Escamillo (Carmen). Interpretou Euclides da Cunha em Piedade, de J. G. Ripper. Participou das estreias de A Tempestade, de R. Miranda, Olga, de J. Antunes, e dapremière europeia de Pedro Malazarte, de Camargo Guarnieri, na Áustria. Atuou sob a direção de Jorge Takla, Caetano Vilela, A. Heller-Lopes, Lívia Sabag e William Pereira, entre outros, tendo à frente Maestros como Isaac Karabtchevsky, Silvio Viegas, Luiz Fernando Malheiro, John Neschling e Roberto Duarte. Tem-se apresentado no Municipal do Rio de Janeiro, no Municipal de São Paulo, Festival Amazonas de Ópera, Palácio das Artes de Belo Horizonte, Theatro da Paz de Belém, Theatro São Pedro de São Paulo, Teatro Colón de Bogotá etc.

Daniel Soren, baixo-barítono (Mr. Flint)

Estudou canto nos EUA com Marianne Sandborg e na Alemanha com Walter Donati. No Brasil frequentou a classe do soprano Leila Guimarães, do tenor Ricardo Tuttman e, atualmente, aperfeiçoa sua técnica com o tenor Eduardo Álvares. Como solista interpretou papéis como Dandini em La Cenerentola (Rossini), Conde de Fricandò em As Damas Trocadas (Marcos Portugal), Leporello em Don Giovanni (Mozart),  Buff em O Empresário (Mozart) e Simone em Gianni  Schicchi (Puccini). Pela Cia. Lírica, deu vida aos personagens Marcello em La Bohème (Puccini), Escamillo em Carmen (Bizet), Sharpless em Madama Butterfly (Puccini), Michele em Il Tabarro (Puccini) e Méphistophélès em Faust (Gounod), além do personagem título, em Attila (Verdi). Integrou o elenco do espetáculo Microscópera Carioca e, em 2011, interpretou Farfarello em O Amor por Três Laranjas de Prokofiev  com a Orquestra Petrobras Sinfônica sob a regência de Isaac Karabtchevsky. Em 2012, interpretou Casalichio em O Ouro não Compra o Amor, de Marcos Portugal com a OSB Ópera & Repertório.

Marcelo Lombardero, direção de cena

Nascido em uma família de artistas dedicados ao gênero operístico, Marcelo Lombardero esteve ligado aos  teatros de ópera desde criança. Fez parte do Coro Infantil e do Coro Oficial do Teatro Colón, sendo depois um aclamado barítono, com atuações em teatros da América e da Europa. Seu repertório incluía os papéis principais em óperas como Rigoletto, Macbeth, Otello, O Navio Fantasma, Tristão e Isolda, Il Prigioniero, A Danação de Fausto, Don Giovanni, A Cidade Morta, entre outras. Suas últimas aparições – antes de se despedir da cena, em 2005, para se tornar Diretor Artístico do Teatro Colón – foram em El Cimarron L’Upupa de Werner Henze no Teatro Real de Madri, Kaspar em Der Freischütz em Buenos Aires e Rigoletto no Chile. Sua atividade como Diretor de Cena começou no “Centro de Experimentación” do Teatro Colón, dirigindo Mahagonny Songspiel (Brecht-Weill), Al Claro de Luna(músicas de Monteverdi, Ravel e Debussy) e Aventures et Nouvelles Aventures de György Ligeti. Em 1994, estreou no Teatro Colón dirigindo O Castelo do Barba-Azul onde, em 2002, realizou uma nova produção de La Fanciulla Del West e logo após de Dialogues des Carmelites(Poulenc), Der Kaiser Von Atlantis (Ulman), Der König Kandaules (Zemlinsky), Jonny spilet auf (Krenek) e Wozzeck (Berg). Trabalhou em teatros da França, Espanha, Alemanha, Grécia, Chile, México, República Checa, Polônia, Colômbia, Venezuela e Brasil, além de centros musicais da Argentina, como o Teatro Argentino de La Plata, o Nacional Cervantes e para a Companhia Buenos Aires Lírica, nos quais dirigiu Otello (Verdi e Rossini), The Turn of the Screw, La Vida Breve, Tristan und Isolde, Maria de Buenos Aires, O Castelo de Barba-Azul, Tosca, Suor Angelica, Manon Lescaut, Macbeth, Satyricon, La clemenza di Tito, Le Nozze di Figaro, The Rake’s Progress, Lady Macbeth de Mtsensk, Ariadne auf Naxos, Carmen, Das Rheingold e Billy Budd, para citar alguns títulos. Recebeu os prêmios Crítica Musical Argentina de 2004; A.C.E. (Associação de Críticos de Espetáculos) em 1997, 2003, 2007, 2011; Teatros Del Mundo em 2003; A.P.E. (Associação de Jornalistas de Espetáculos do Chile) em 2006, 2007, 2009; Clarín em 2000; Konex-Diploma ao Mérito em 2009. Foi-lhe outorgado, pela Associação Amigos do Teatro Nacional Cervantes, o prêmio Maria Guerrero. Recentemente, sua produção de Lady Macbeth de Mtsensk, para o Teatro Wielki de Poznan, recebeu o prêmio de melhor produção de ópera da temporada 2011-20112 da Polônia. Criou e dirigiu a Ópera de Câmara e foi Diretor Artístico do Teatro Colón e do Teatro Argentino de La Plata. Sua atuação frente a esta última instituição é considerada pela imprensa e pelo público como a mais importante e produtiva na história deste Teatro.

Isaac Karabtchevsky, direção musical e regência

Em 2009, o jornal inglês The Guardian indicou o maestro Isaac Karabtchevsky como um dos ícones vivos do Brasil. A expressão do jornal tem sua razão de ser: desde os anos 70, Karabtchevsky tem desenvolvido uma das carreiras mais brilhantes no cenário musical brasileiro, comandando o projeto mais ousado de comunicação popular da América Latina, o Aquarius, que reuniu durante anos milhares de pessoas ao ar livre e favoreceu, dessa forma, a formação de um público sensível à música de concerto. Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Petrobras Sinfônica, Diretor Artístico do Instituto Baccarelli e da Orquestra Sinfônica de Heliópolis. Atualmente é também o responsável pela programação artística do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Desde 2000, dirige, na Itália, no Musica Riva Festival, masterclasses para maestros do mundo inteiro. Na Mostra Internacional de Música de Olinda – Mimo – realiza o mesmo curso. Esse período de intensa atividade coincide com sua permanência na Europa, atuando como diretor artístico de diferentes orquestras e teatros. De 1988 a 1994, tornou-se Diretor Artístico da Orquestra Tonkünstler, de Viena, com a qual realizou várias turnês internacionais, tendo sempre recebido críticas consagradoras. Na Áustria, em virtude de sua importante atividade recebeu condecoração do governo austríaco, reconhecimento concedido pela primeira vez a um artista brasileiro. De 1995 a 2001, foi Diretor Artístico do Teatro La Fenice, em Veneza, com uma ousada programação, com títulos como Erwartung, O Castelo de Barba Azul, O Navio Fantasma, Sadko, O Amor das Três Laranjas, Capriccio, Tristão e Isolda, Simon Boccanegra, Don Giovanni, Falstaff, Carmen, Fidelio e numerosos concertos sinfônicos. Com o La Fenice fez extensas turnês tanto na Europa como no Japão. Entre 2004 e 2009, foi Diretor Artístico da Orchestre National des Pays de la Loire (ONPL), na França. Em reconhecimento ao seu trabalho recebeu do governo francês em 2007, a comenda Chevalier des Arts e des Lettres. Tendo também recebido condecorações de praticamente todos os estados brasileiros. Dentre os teatros e orquestras de prestígio dessa fase, estão a Salle Pleyel, de Paris, o Konzertgebouw, de Amsterdã, o Musikverein, de Viena, o Festival Hall, de Londres, a Accademia di Santa Cecilia, de Roma, o Teatro Real, de Madrid, a Staatsoper, de Viena, o Carnegie Hall, em Nova York, o Teatro Comunale, de Bologna, a Rai, de Torino, o Teatro Colón, em Buenos Aires, a Deutsche Oper am Rhein, de Düsseldorf, a Orquestra Gurzenich, de Colônia, a Orquestra Filarmônica de Tóquio, etc. A partir de 2004, Karabtchevsky assumiu a direção da Orquestra Petrobras Sinfônica. Nesta fase prepondera sua vasta experiência no repertório sinfônico e também a visão do regente habituado a títulos do porte de Billy Budd, de Britten e inúmeras produções que o levaram a dirigir, na Ópera de Washington, uma notável realização de Boris Godunov, considerada pelo crítico Tim Page, do Washington Post, como a melhor da temporada de 1999-2000. Sergio Segalini, editor chefe da conceituada revista Opéra Internacional, escreveu que seu Fidelio foi uma das produções mais notáveis desta obra já realizadas. No início de 2011, Karabtchevsky recebeu o convite para dirigir a Sinfônica de Heliópolis, a maior comunidade carente de São Paulo, assumindo paralelamente a direção artística do Instituto Baccarelli. Este projeto se inscreve como um dos maiores desafios recebidos nos últimos tempos, pois vem de encontro à sua aspiração de desenvolver, em comunidades brasileiras, a formação de orquestras jovens. Segundo ele, a educação musical do Brasil poderá ser resgatada com o mesmo impulso esboçado por Villa-Lobos e que foi posteriormente tão bruscamente interrompido. Foi convidado pela OSESP para a gravação da integral das sinfonias de Villa-Lobos, que está se realizando, no período compreendido de 2011 a 2016. Este projeto é resultado de um profundo trabalho de reconstituição das partituras e do resgate de uma importante e esquecida vertente da produção do compositor. Ele foi também Diretor Artístico do Teatro Municipal de São Paulo, da Orquestra Sinfônica Brasileira (1969 a 1995) e da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.

Informações

Billy Budd

Música: Benjamin Britten
Libreto:
E. M. Forster e Eric Crozier, baseado no conto homônimo de Herman Melville
Coro e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Direção de Cena: Marcelo Lombardero
Direção Musical e Regência: Isaac Karabtchevsky
Patrocínio: Petrobras

Solistas:
Leonardo Neiva – Billy Budd
Roger Honeywell – Capitão Vere
Hector Guedes – John Claggart
Homero Velho – Mr. Redburn
Daniel Soren – Mr. Flint

Também no elenco:
Rafael Thomas – Mr. Ratcliffe
Ciro D’Araújo – Donald
Weber Duarte – Squeak
Marcio Marangon  – Dansker
Ivan Jorgensen  – Novato
Carlos Frederico de Assis – Amigo do Novato
Ricardo Tuttmann  – Red Whiskers
Patrick Oliveira – Arthur Jones e Artilheiro
Marcelo Coutinho  – Contramestre
Allan Souza – Primeiro Marinheiro
Emerson Lima – Segundo marinheiro
Geilson Santos  – Vigia
Cícero Pires – Um marinheiro

Participação especial: Coral Infantil da UFRJ
Preparação: Regente Maria José Chevitarese

Iluminação: José Luis Fiorrucio
Figurinos: Luciana Gutman
Cenografia e Design de Vídeos: Diego Siliano

Assistente de Direção: Pablo Maritano
Maestro preparador do coro: Jésus Figueiredo

Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Praça Floriano, s/nº – Centro

Serviço

Dia 17 de novembro, às 17h
Dias 19, 21 e 25 de novembro, às 20h
Dia 23 de novembro, às 21h

Palestra ‘Falando de Ópera’
Apresentação: Maestro Silvio Viegas
Salão Assyrio / Av. Rio Branco, s/nº – Centro

Entrada Franca, mediante a apresentação do ingresso

17/11 – 15h30 às 16h30
19, 21 e 25/11 – 18h30 às 19h30
23/11 – 19h30 às 20h30

Preços:

  • · Frisa/Camarote – R$ 504,00
  • · Plateia / Balcão Nobre – R$ 84,00
  • · Balcão Superior – R$ 60,00
  • · Galeria – R$ 25,00

Informações: (21) 2332-9191

Vendas na Bilheteria, no site da Ingresso.com ou por telefone 21 4003-2330


A MIDIORAMA é responsável somente pela ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO deste evento, não tendo qualquer envolvimento ou responsabilidade sobre a produção, organização, venda de ingressos, agenda ou programação.


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