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Todos os pecados da pop culture no aflitivo “Vox Lux – O Preço da Fama”


Cantora e compositora SIA divide a produção com os atores Natalie Portman e Jude Law, que também protagonizam o novo drama do diretor e roteirista Brady Corbet (A Infância de Um Líder). O filme estreou no dia 28, em todo Brasil

Uma narrativa sobre a ascensão e decadência de uma pop star. Temática recorrente, no entanto exibida em formato nada convencional, a começar pelos créditos que aparecem logo no início. Com certeza, não é um filme a ser aclamado por um grande público, mas certamente é uma obra necessária.

Fatos e elementos que marcam o início do século XXI, problemas sociais entrelaçados ao universo da cultura pop, gênero com estigma de vazio e que recebe belíssima explicação pela protagonista: “Apenas fazer as pessoas se sentirem bem, sem pensarem muito, sem irem muito além.” Pois de profundo e complicado basta o contexto pelo qual a jovem Celeste transita.

Interpretada inicialmente por Raffey Cassidy e depois por Natalie Portman (Closer, Cisne Negro, Jackie)Jude Law (Closer, A Invenção de Hugo Cabret), entra em cena no papel de empresário aproveitador, um clássico dos filmes de temática musical. Mas de previsível e óbvio o filme não tem nada.

Do motivo da ascensão à fama à sua decadência pessoal. No peculiar longa Vox Lux, o nascimento de uma pop star cujo estrelato vem após um episódio de terror, um atentado, do qual é sobrevivente. Por um ângulo fora do comum e narrado pela voz de Willem Dafoe (Um Segredo entre Nós, Anticristo), o filme questiona uma personalidade conturbada e o reflexo disso àqueles ao redor.

A mensagem do filme talvez seja que por detrás do pop raso, haja uma vontade de esquecermos a realidade pesada da sociedade.

Com inúmeras referências à esse universo, talvez você até ache demasiadas semelhanças com artistas atuais. Vou deixar você tirar suas próprias conclusões, mas lembro que as músicas são composições da SIA, compositora dona dos hits mais estourados da atualidade e uma das que também assina o longa como produtora.

Todos nós já vimos as roupas extravagantes, as vestimentas culturais do ritmo, o exagero da imagem, das cores. A juventude rebelde, drogas, álcool, a vulgaridade, as críticas, a mania de perseguição daqueles que exibem autenticidade. Dinheiro, inveja, alienação, culpa. Todos os pecados da pop culture no nada tedioso e bastante aflitivo Vox Lux.

Um roteiro até comum, mas que ganha no visual, na direção e interpretação. Contado em três etapas: “Gênesis”, “Regenêsis” e “Final”. Essa última parte do filme lembra um pouco o trabalho artístico de Natalie em Cisne Negro. Uma obra diferente do que propriamente boa ou ruim.

Confira o trailler e garanta já o seu lugar no cinema:

Por Bianca Ferraz


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