Considerada um dos maiores nomes da história da música, a cantora norte-americana Tina Turner morreu hoje (24) em sua casa na Suiça. A morte foi confirmada pela família em uma nota divulgada nos perfis oficiais de Tina:
“Com sua música e sua paixão sem limites pela vida, ela encantou milhões de fãs ao redor do mundo e inspirou as estrelas de amanhã. Hoje nos despedimos de uma querida amiga que nos deixa sua maior obra: sua música. Toda a nossa sincera compaixão vai para a família dela. Tina, sentiremos muito sua falta”, afirmou a nota.
A nota não informa o motivo da morte, limitando-se a informar que a cantora esteve doente por um longo período. A cantora foi diagnosticada com câncer no intestino em 2016 e em 2017, chegou a ser submetida a um transplante de rim. Tina Turner havia completado 83 anos em novembro do ano passado.
Durante sua carreira Tina recebeu oito vezes o prêmio Grammy e chegou a vendeu mais de 100 milhões de discos em todo o mundo. Ela nasceu na cidade de Brownsville, no Tennessee com o nome de Anna Mae Bullock. Seus pais eram muito pobres e a cantora mudou várias vezes de casa e morou tempos com os avôs. De família religiosa, começou a cantar em corais de igreja. Trabalhou como empregada doméstica e enfermeira. Aos 15 anos começou a cantar profissionalmente em boites para se sustentar.
No Manhattan Club, em East St. Louis, onde sua irmã trabalhava como garçonete, Tina conheceu Ike Turner, que se apresentava com a banda The Kings of Rhythm. Impressionada com o talendo de Ike, Tina pediu para ser backing vocal da banda e pouco tempo depois Ike e Tina decidiram formar uma dupla e se casarem.
Casada, ela adotou o nome artístico Tina Turner e ao lado do marido, dominou o cenário da música soul nos anos 60 e 70. A dupla fazia shows seguidos, suas músicas escalavam as paradas de sucesso e eles emplacaram vários hits. Na intimidade no entanto, Tina e Ike viviam num inferno numa sucessão de brigas e escândalos. Alcóolatra e dependente de drogas, Ike agredia e humilhava a mulher. Depois de 18 anos, Tina pediu o divórcio. Na justiça, abriu mão de todo o patrimônio do casal em troca de manter o sobrenome Turner.
Em 74 e 75, ainda com Ike, Tina lançou dois álbuns solos, e começou a chamar atenção. Mas depois da separação, ela teve que recomeçar do zero. Sem dinheiro, morou com amigos, abriu shows para artistas mais famosos e resolveu apostar no rock. Com “Private Dancer”, seu quinto álbum solo, lançado em 84, ela adotou ainda um novo estilo visual, com roupas ousadas e um novo corte de cabelo.
Tina tinha então mais de 40 anos e ganhou aí o título de “rainha do rock”. O novo disco vendeu mais de 11 milhões de cópias, a biografia “Eu, Tina: a história da minha vida”, se transformou em Best-seller e virou filme de Hollywood. Com seu álbum seguinte, “Break every rule”, ela fez a maior turnê de sua carreira – 14 meses viajando. Em 16 de janeiro de 1988, Tina Turner entrou para o Guiness Book, após cantar e dançar para um público pagante de 182 mil pessoas, em um grande show, transmitido para o mundo inteiro, direto do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Tina Turner também fez cinema: em 1975 faria uma participação no filme ‘Tommy’, como a Acid Queen. Dez anos depois, emplacou um novo sucesso: ‘Mad Max – Além da cúpula do trovão’, que ainda tinha como música tema o super hit “We Don´t Need another Hero”. Outro sucesso de Tina nas trilhas sonoras foi a canção tema de ‘007 contra Golden Eye’.
No fim da década de 90, ela anunciou a aposentadoria dos palcos, mas em 2008, na celebração do 50 anos do Grammy, fez uma apresentação histórica, onde cantou seus grandes sucessos e fez um dueto com Beyoncé. Veja agora os clipes de uma apresentação ao vivo de “We Don’t Need Another Hero” e o clipe de “Private Dancer”