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Uma lista de filmes que discutem a violência contra a mulher


O dia 25 de novembro é Dia Internacional de Luta Pelo Fim da Violência Contra a Mulher. Confira uma lista de filmes com a temática

O dia 25 de novembro é conhecido como o Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência Contra a Mulher. A data foi definida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1999, em homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal, assassinadas pela ditadura de Rafael Leónidas Trujillo, na República Dominicana, em 1960.

Como sabemos, a violência contra a mulher ocorre em todo o mundo: em vários países, meninas são vendidas ou forçadas ao casamento; não têm acesso à educação; muitas são obrigadas a abandonar os estudos para poder ajudar suas famílias; outras tantas sequer têm acesso a absorventes; e não vamos nos esquecer da violência doméstica, estupro, assédio, falta de garantia de aborto seguro, e direitos e salários desiguais. E quando pensamos em mulheres lésbicas, bissexuais e trans, muitas sequer são vistas como “mulheres de verdade”. Ou seja, as agressões contra as mulheres vêm de diversas formas.

A partir do dia 25 de novembro, acontece uma campanha da ONU pelo fim da violência de gênero, que dura 16 dias, e acaba no dia 10 de dezembro, data que marca a Declaração Universal dos Direitos Humanos, feita em 1948.

As artes são uma boa ferramente para refletirmos sobre a cultura e comportamentos. Por isso, fiz uma lista de filmes que tocam no tema que dá nome a esse post:

“Vidas Partidas”:

O filme brasileiro mostra a realidade de muitas mulheres: a violência que acontece dentro de casa. Graça (Naura Schneider) é casada com Raul (Domingos Montagner), homem pelo qual se apaixonou, mas que se mostrou violento depois do casamento. Depois de ser cruelmente agredida, ela começa uma luta para vê-lo preso. A história se passa na década de 80, muitos anos antes da criação da Lei Maria da Penha.


 

“Um Céu de Estrelas”:

Primeiro filme de Tata Amaral, “Um Céu de Estrelas” traz Dalva (Leona Cavalli), que trabalha como cabeleireira em São Paulo, e tem um relacionamento com o violento Victor (Paulo Vespúcio). Quando rompe com ele, a moça vê sua chance de mudar de vida, após ganhar um concurso, cuja final será em Miami. Porém, quando o ex descobre tudo, ele tenta impedir que ela vá embora.


 

“Acusados”:

Jodie Foster ganhou um Oscar por sua atuação como Sarah, uma mulher que é vítima de estupro coletivo, e que luta para ver os criminosos na cadeia. Contudo, não é uma briga fácil, já que ela e sua advogada precisam vencer um sistema que insiste em culpar a mulher pela violência que sofreu. O filme é de 1988, mas esse tipo de situação ainda é, infelizmente, muito comum em 2016.


 

“The Hunting Ground”:

O documentário mostra um crime mais comum do que se imagina: o estupro de mulheres dentro das universidades americanas, que são encobertados pelas próprias instituições, as quais têm medo de perder fundos do governo e estudantes caso as as histórias se tornem públicas.


 

“Preciosa”:

A indicada ao Oscar, Gabourey Sidibe, dá vida à Claireece Jones Precious, uma garota negra, gorda e analfabeta, que sofre constantes abusos de sua mãe, além de ter sido estuprada por seu próprio pai. É uma triste história, que pode vir a tomar outro rumo quando ela vai para uma escola diferente.


 

“Dormindo com o Inimigo:

Em “Dormindo com o Inimigo”, Julia Roberts é Laura, uma mulher que tenta recomeçar a vida após fugir de seu ex-marido, o qual ela descobriu ser um homem controlador e violento após o casamento. Porém, ele não descansa até descobrir o paradeiro da ex-esposa.


 

“Flor do Deserto”:

“Flor do Deserto” conta a história real da modelo Waris Dirie. Nascida na Somália, aos 13 anos ela foi vendida por sua família para casar com um homem muito mais velho que ela. A garota fugiu até uma cidade onde parentes que a acolheram enviam-na para Londres, na Inglaterra. Lá, ela trabalha como faxineira até ser descoberta por um fotógrafo. Sua vida muda radicalmente, e descobre-se que ela foi vítima de uma prática cruel em seu país: a mutilação genital feminina. Ela então luta contra essa prática  e torna-se embaixadora da ONU.


 

“Clandestinas”:

“Clandestinas”, documentário de Renata Correa, traz depoimentos de mulheres reais que abortaram clandestinamente. Os relatos são interpretados por atrizes, e chamam a atenção para a proibição do aborto no Brasil, que só é permitido em caso de estupro, risco de morte para a mãe e de fetos com anencefalia.


 

“Histórias Cruzadas”:

Embora “Histórias Cruzadas” seja mais um filme sobre negros sendo salvos por uma pessoa branca, o filme mostra a dura realidade das mulheres negras, as quais não tinham outra escolha a não ser cuidar dos filhos de suas patroas e serem empregadas domésticas. Difícil não traçar um paralelo com os tempos atuais, quando negras ainda lutam para serem reconhecidas como sujeitos.


 

“Elise”:

O documentário “Elise”, da dupla Jo Bradlee e Evan Sterrett, traz depoimentos de Elise, mulher trans que foi expulsa de casa pela mãe aos 16 anos e já morou na rua. Ainda sobre o tema, no começo do ano, listei séries sobre pessoas trans para você também assistir.


 

“O Renascimento do Parto”:

O filme foca na violência obstétrica, a qual mulheres e bebês são submetidos. O Brasil lidera o ranking mundial de cesáreas, muitas feitas sem necessidade. As consequências disso, segundo o documentário são o aumento da pré-maturidade, enfraquecimento do vínculo materno-infantil, crescimento do desmame precoce e da depressão pós-parto, dentre outros.

*Por Artur Francischi do Prosa Livre

 


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