A rede americana ABC estreou mês passado uma das mais aguardadas séries desta temporada: “Young Sheldon”, que derivada de The Big Bang Theory, a mais alta audiência da televisão aberta nos Estados Unidos e que conta como foi a infância do querido ícone da cultura pop mundial, Sheldon Cooper.
A dinâmica de “Young Sheldon” diferencia-se bastante da original, e isto talvez seja o maior trunfo, pois não corre o risco imediato de se transformar em mais do mesmo. O estilo câmera única sem a participação de plateia ao vivo funcionou bastante, principalmente para contar os momentos menos engraçados da vida de Sheldon enquanto criança. Sua relação com os pais em alguns momentos chega a produzir princípios de lágrimas em quem assiste, tamanha é a cumplicidade entre eles. Óbvio que estamos falando de uma cumplicidade peculiar, a lá Sheldon Cooper. Mas é muito bonito perceber que, mesmo ao seu jeito, ele ama os seus pais e muito.
Se existe algo que as duas séries possuem em comum, entretanto, é a dependência total para com seu protagonista. Isto não é absurdo, mas é bastante incomum, e nenhum projeto televisivo gosta de depender tanto de um personagem somente. Mas estamos falando de Sheldon Cooper, e por conta disto deixamos esta parte de lado. É de fato compreensível.
No caso de “Young Sheldon” Iain Armitage (Big Little Lies) realmente se joga no papel do cientista que vemos semanalmente em The Big Bang Theory e toma o protagonismo, porém há um destaque muito especial, não tanto pela vibe divertida, mas pelas partes emocionais, que é Mary Cooper, mãe de Sheldon, e vivida por Zoe Perry (Scandal).
Linda, talentosa e carismática, ela consegue passar no piloto toda a carga dramática de ser mãe de um garoto tão peculiar e diferente como Sheldon. É uma benção, mas também um martírio, e ela como boa cristã sabe como poucas o que fazer para que esta relação seja de cumplicidade somente. Ela consegue, com cada expressão facial. A cena em que ela vê Sheldon entrando pela primeira vez na sala de aula é bem tocante.
Porém “Young Sheldon” é uma comédia e a pergunta que temos que fazer é: diverte? A resposta é sim, muitas risadas te esperam, todas, ou quase todas, com estrutura semelhante a de The Big Bang Theory.
Ou seja, é uma ótima opção para os amantes de uma boa comédia.
Por Cabine Cultural